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Comentário de 1 Coríntios

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Capítulo 9 • 329<br />

envergonhar-nos <strong>de</strong> nós mesmos se nos achamos relutantes em resumir<br />

nosso direito, quando os pugilistas, comendo seu coliphium 34 e<br />

uma pequena porção <strong>de</strong>le, certamente não com excesso, se dispõem<br />

a renunciar todas e quaisquer iguarias, <strong>de</strong> modo a po<strong>de</strong>rem sentir-se<br />

<strong>de</strong> todo preparados para a luta. E fazem isso por amor a uma coroa<br />

corruptível. Não obstante, se dão tanta importância a uma coroa <strong>de</strong><br />

ramos, que murcha quase que instantaneamente, não <strong>de</strong>veríamos nós<br />

pôr todo nosso mais intenso apreço numa coroa eterna? Portanto, não<br />

sintamos nenhuma dificulda<strong>de</strong> em renunciar alguma parcela <strong>de</strong> nossos<br />

direitos. Sabe-se muito bem que os atletas viviam tão satisfeitos<br />

com a mais frugal dieta, que seu modo <strong>de</strong> vida se tornara proverbial.<br />

26. Por isso eu assim corro. Paulo se volta para si mesmo a fim <strong>de</strong>,<br />

ao chamar a atenção para seu próprio exemplo, dar mais peso a sua<br />

doutrina. Há quem pense que o que ele diz aqui se refere à plena segurança<br />

da esperança, como se dissesse: “Não corro em vão, nem estou<br />

correndo o risco <strong>de</strong> ser visto como insensato no tocante à minha obra,<br />

porque tenho a promessa do Senhor, e esta nunca falha.” No entanto,<br />

sou inclinado a crer que ele <strong>de</strong>sejava orientar os crentes em seu caminho,<br />

rumo a seu <strong>de</strong>stino, para que não perambulassem a esmo. Ele<br />

po<strong>de</strong>ria ter dito assim: “O Senhor nos mantém ocupados aqui a correr<br />

e a lutar, mas ele coloca um alvo diante <strong>de</strong> nós rumo ao qual <strong>de</strong>vemos<br />

correr; e estabelece normas confiáveis para o pugilismo a fim <strong>de</strong> não<br />

nos cansarmos sem nenhum objetivo.” Porque ele combina ambas as<br />

comparações que já usou. Diz: “Eu sei para on<strong>de</strong> estou correndo, e<br />

estou ansioso como um pugilista experiente que não quer errar seu<br />

golpe.” Estas coisas <strong>de</strong>vem incitar o coração do cristão, injetando-lhe<br />

coragem para tomar posse, com o maior entusiasmo, <strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>-<br />

34 “C’estoit vne sorte <strong>de</strong> pain propre pour entretenir et augmenter la force, duquel vsoyent<br />

ordinairement les lutteurs et telles gens. Les Grecs le nommoyent coliphium.” – “Esse era<br />

um tipo <strong>de</strong> pão apropriado para manter e aumentar as forças, cujo uso comumente era<br />

feito pelos lutadores e pessoas <strong>de</strong>sse gênero. Os gregos o chamam coliphium.” O termo<br />

coliphium é mantido por ser composto <strong>de</strong> κω̑λον, um membro, e ιφι, fortemente – um meio<br />

<strong>de</strong> fortalecer os membros. É <strong>de</strong>finido por Tymme, em sua tradução <strong>de</strong> Calvino sobre os<br />

Coríntios, como sendo “um tipo <strong>de</strong> pão que os lutadores usavam outrora para comer e<br />

sentir-se mais fortes.”

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