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Comentário de 1 Coríntios

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Capítulo 8 • 297<br />

nem bebida.” Ele respon<strong>de</strong>: “Entretanto, é preciso tomar cuidado para<br />

que o uso <strong>de</strong> nossa liberda<strong>de</strong> não cause dano a nosso próximo.” Aqui<br />

ele tacitamente reconhece que, aos olhos <strong>de</strong> Deus, não importa o que<br />

comamos, porque ele nos permite servir-nos do alimento livremente,<br />

sem qualquer problema <strong>de</strong> consciência; essa liberda<strong>de</strong>, porém, precisa<br />

ser temperada com o amor, sempre que nos envolvermos com<br />

outras pessoas. Portanto, o argumento dos coríntios era <strong>de</strong>ficitário,<br />

visto que julgavam toda a situação pelo prisma <strong>de</strong> apenas uma parte<br />

<strong>de</strong>la, porque, quando entram em cena os afazeres práticos da vida, as<br />

reivindicações do amor <strong>de</strong>vem receber especial consi<strong>de</strong>ração. Não há<br />

dúvida, pois, <strong>de</strong> que o alimento não nos recomenda a Deus, e Paulo<br />

reconhece esse fato; mas ele o modifica ao dizer que o amor nos é recomendado<br />

por Deus, e que seria pecaminoso negligenciá-lo.<br />

Porque, se comemos não ficamos melhores. Ele aqui não está<br />

se referindo aos estômagos bem alimentados, porque a pessoa que<br />

recebe seu alimento tem obviamente seu estômago melhor nutrido do<br />

que a pessoa que está faminta. Ele, porém, tem em mente que nada<br />

ganhamos nem per<strong>de</strong>mos, no tocante à justiça, se comemos ou não.<br />

Além do mais, ele não está se referindo a todo gênero <strong>de</strong> abstinência,<br />

nem a todo gênero <strong>de</strong> alimento, sem qualquer discriminação. Pois a indulgência<br />

e a extravagância excessivas, em si mesmas, não granjeiam<br />

a aprovação <strong>de</strong> Deus, enquanto que a sobrieda<strong>de</strong> e a mo<strong>de</strong>ração o<br />

agradam. Tenhamos, porém, bem firme em nossa mente que o reino <strong>de</strong><br />

Deus, que é espiritual, não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas práticas externas; portanto,<br />

essas coisas neutras [resmedias], em si mesmas, não são <strong>de</strong> nenhum<br />

valor aos olhos <strong>de</strong> Deus. Embora ele ponha isso nos lábios <strong>de</strong> outrem,<br />

quando antecipa seus argumentos, não obstante admite que tal coisa<br />

é verda<strong>de</strong>ira, pois ela se <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> seu próprio ensino, o que mencionamos<br />

brevemente no último parágrafo.<br />

9. Tomai cuidado para que vossa liberda<strong>de</strong>. Ele <strong>de</strong>ixa a liberda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>les intata, porém lhe impõe restrições, contanto que seu uso não<br />

perturbe os que são fracos. E ele é bem explícito em seu <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> que<br />

os fracos sejam tratados com consi<strong>de</strong>ração, ou, seja, aqueles que não

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