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Comentário de 1 Coríntios

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360 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

comunica não fique <strong>de</strong>struída; em outros termos, contanto que a realida<strong>de</strong><br />

mesma esteja também presente e a alma receba a comunhão no<br />

sangue, assim como a boca <strong>de</strong>gusta o vinho. Os papistas, porém, não<br />

po<strong>de</strong>m dizer que o cálice <strong>de</strong> bênção é uma comunhão no sangue <strong>de</strong><br />

Cristo, no caso <strong>de</strong>les, porque observam uma forma <strong>de</strong>sfigurada e mutilada<br />

da Ceia – se porventura o nome Ceia ainda po<strong>de</strong> ser usado para<br />

essa estranha cerimônia que não passa <strong>de</strong> um mosaico <strong>de</strong> infindáveis<br />

invenções humanas, e que mal conserva um tenuíssimo traço daquela<br />

Ceia que nosso Senhor instituiu. No entanto, mesmo que tudo mais se<br />

conformasse ao uso correto da Ceia, uma única coisa estaria ainda em<br />

conflito com ela, a saber: que o cálice, que é a meta<strong>de</strong> do sacramento,<br />

é negado a todo o povo.<br />

O pão que partimos. À luz <strong>de</strong>sta expressão dá-se a enten<strong>de</strong>r que,<br />

na Igreja Primitiva, o costume era que cada pessoa quebrava para<br />

si um pedaço <strong>de</strong> um só pão, para que sua união no corpo <strong>de</strong> Cristo<br />

pu<strong>de</strong>sse ser claramente notada por todos os crentes. Partindo das evidências<br />

<strong>de</strong>ixadas por homens que foram eminentes na Igreja dos três<br />

séculos após os apóstolos, faz-se também mui claro que esta prática<br />

foi mantida por longo tempo. Depois, a superstição logrou vitória, com<br />

o danoso resultado <strong>de</strong> que ninguém mais ousou tocar o pão com suas<br />

próprias mãos, senão que os sacerdotes o põem em sua boca.<br />

17. Visto que somos um só pão. Já ressaltei supra que a intenção<br />

<strong>de</strong> Paulo aqui não foi estimular-nos ao amor mútuo, senão menciona<br />

isto <strong>de</strong> passagem para que os coríntios pu<strong>de</strong>ssem enten<strong>de</strong>r que<br />

<strong>de</strong>vemos também cultivar nossa união com Cristo, em nossa pública<br />

profissão <strong>de</strong> fé, diante do fato <strong>de</strong> que nos encontremos todos juntos<br />

com o fim <strong>de</strong> participarmos do símbolo <strong>de</strong>ssa sacra união. Nesta, a<br />

segunda parte <strong>de</strong> sua referência à Ceia, Paulo menciona só o outro<br />

elemento do Sacramento, e é muitíssimo comum o uso que a Escritura<br />

faz <strong>de</strong> sinédoque, 56 ou, seja, <strong>de</strong>screve toda a Ceia como “o partir do<br />

pão”. Que <strong>de</strong>ste fato meus leitores sejam, <strong>de</strong> passagem, precavidos,<br />

56 Figura <strong>de</strong> linguagem em que uma parte é expressa pelo todo.

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