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Comentário de 1 Coríntios

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Capítulo 2 • 97<br />

mento do <strong>de</strong>sígnio que Deus tinha em vista conce<strong>de</strong>r-nos: para nossa<br />

glória. Nesta expressão ele também parece extrair uma comparação<br />

entre nós e os pais, a quem nosso Pai celestial não consi<strong>de</strong>rou dignos<br />

<strong>de</strong> tal honra, a qual ele reservou para a vinda <strong>de</strong> seu Filho. 13<br />

8. A qual nenhum dos soberanos <strong>de</strong>ste mundo conheceu. Se o<br />

leitor acrescentar: “por seu próprio discernimento”, a afirmação não<br />

seria mais aplicada a eles do que aos homens em geral, e às próprias<br />

pessoas mais humil<strong>de</strong>s; pois qual <strong>de</strong> todos nós, do mais ao menos importante,<br />

alcança tais obtenções? Naturalmente po<strong>de</strong>mos, talvez, dizer<br />

que os soberanos <strong>de</strong>vem ser censurados por cegueira e ignorância,<br />

mais do que outros, pela seguinte razão: que quando falam parecem<br />

ser perspicazes e sábios. Contudo prefiro enten<strong>de</strong>r a expressão <strong>de</strong> forma<br />

mais simples, seguindo o uso freqüente da Escritura que costuma<br />

falar em termos da universalida<strong>de</strong> daquelas coisas que acontecem επι<br />

το πολυ, isto é, [acontecem] comumente, e também para usar uma afirmação<br />

negativa em termos <strong>de</strong> universalida<strong>de</strong> quanto àquelas coisas<br />

que só acontecem ἐπι ἔλαττον, isto é, [acontecem] mui raramente. Neste<br />

sentido, nada houve <strong>de</strong> inconsistente nessa afirmação, ainda que<br />

houvesse achado poucos homens <strong>de</strong> distinção e elevados acima dos<br />

<strong>de</strong>mais em dignida<strong>de</strong>, os quais era, ao mesmo tempo, dotados com o<br />

puro conhecimento <strong>de</strong> Deus.<br />

Porque, se tivessem conhecido. A sabedoria <strong>de</strong> Deus resplan<strong>de</strong>ceu<br />

visivelmente em Cristo, e no entanto os príncipes não a perceberam<br />

ali. Na crucificação <strong>de</strong> Cristo, a direção foi assumida, por um lado,<br />

pelos lí<strong>de</strong>res dos ju<strong>de</strong>us, cuja reputação em justiça e sabedoria era<br />

excelente; e, por outro, por Pilatos e pelo império romano. Este é um<br />

claro exemplo da extrema cegueira <strong>de</strong> todos os que só são sábios segundo<br />

os padrões humanos. Entretanto, este argumento do apóstolo<br />

13 Locke, em concordância com o conceito <strong>de</strong> Calvino, enten<strong>de</strong> Paulo como se ele dissesse:<br />

“Por que provocais divisões, vos vangloriando em vossos eminentes mestres? A glória<br />

que Deus or<strong>de</strong>nou a nós mestres e professores cristãos é para que sejamos expositores,<br />

pregadores e crentes daquelas verda<strong>de</strong>s e propósitos divinos revelados, os quais, ainda<br />

que estejam contidos nas Escrituras Sagradas do Velho Testamento, não eram entendidos<br />

nas eras anteriores.”

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