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Comentário de 1 Coríntios

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258 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

por uma não conduzisse a um <strong>de</strong>sejo irracional pela outra. Mas o que<br />

ele expressa aqui <strong>de</strong>ve ser entendido como uma referência ao tempo<br />

em que a circuncisão já havia sido abolida; pois se o concerto e o mandamento<br />

<strong>de</strong> Deus estivessem em sua mente, sem dúvida ele teria dado<br />

maior valor à circuncisão. É verda<strong>de</strong> que em Romanos 2.27-29 ele <strong>de</strong>precia<br />

a circuncisão segundo a letra da lei, e assevera que ela não significa<br />

nada aos olhos <strong>de</strong> Deus. Mas, neste ponto, on<strong>de</strong> ele simplesmente põe<br />

a circuncisão e a incircuncisão frente a frente, e então põe ambas no<br />

mesmo nível, é plenamente evi<strong>de</strong>nte que ele fala <strong>de</strong>la como uma questão<br />

<strong>de</strong> indiferença, e <strong>de</strong> nenhuma relevância. Pois sua anulação significa<br />

que o mistério [mysterium] que fora antecipadamente comunicado sob<br />

ela agora não mais lhe pertence; ainda mais, significa que ela não é mais<br />

um sinal, e, sim, algo sem qualquer utilida<strong>de</strong>. Pois, com base nesse<br />

princípio, o batismo assumiu o lugar do símbolo legal, <strong>de</strong> modo que é<br />

suficiente que sejamos circuncidados pelo Espírito <strong>de</strong> Cristo, enquanto<br />

nosso velho homem é sepultado com Cristo.<br />

Mas, sim, a observância dos mandamentos. Visto que este foi<br />

um dos mandamentos enquanto a Igreja se via ainda atrelada às cerimônias<br />

legais, percebemos ser uma questão axiomática o fato <strong>de</strong> a<br />

circuncisão ser abolida com o advento <strong>de</strong> Cristo, <strong>de</strong> modo que, enquanto<br />

aos ignorantes e fracos se permitia fazer uso <strong>de</strong>la, todavia isso<br />

não lhes trouxe benefício algum. Pois aqui Paulo fala <strong>de</strong>la como algo<br />

insignificante. É como se quisesse dizer: “Visto que essas são coisas<br />

meramente externas, não gastemos nosso tempo com elas; mas, antes,<br />

tenhamos nossa atenção posta na pieda<strong>de</strong> e nos <strong>de</strong>veres requeridos<br />

por Deus, os quais são as únicas coisas valiosas a seus olhos.”<br />

No entanto, é uma infantilida<strong>de</strong> os papistas citarem este versículo<br />

com o intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>molir a doutrina da justificação pela fé;<br />

porquanto aqui Paulo não está discutindo a fonte da justiça, ou como<br />

obtê-la. Tudo o que lhe interessa agora é que os crentes dirijam seus<br />

esforços na direção certa. É como se dissesse: “Não gasteis vossas<br />

energias em coisas fúteis; ao contrário, que vos ocupeis com os <strong>de</strong>veres<br />

que agradam a Deus.”

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