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Comentário de 1 Coríntios

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148 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

que alguém exiba um título, nem mesmo que enfrente o <strong>de</strong>ver – o<br />

requisito é uma fiel administração do ofício. Terceira, visto que os<br />

coríntios tinham um conceito completamente distorcido 2 a seu respeito,<br />

ele convoca, a eles e a si próprio, a comparecerem diante do<br />

tribunal <strong>de</strong> Cristo.<br />

Portanto, em primeiro lugar ele ensina em que estima se <strong>de</strong>ve ter<br />

por cada mestre da Igreja. Ao tratar disso, ele modifica seu discurso <strong>de</strong><br />

modo que, por um lado, não se dê pouco crédito à dignida<strong>de</strong> do ministério,<br />

ou, por outro lado, não se <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>signar ao homem além do que<br />

é conveniente. Pois ambas essas posições são extremamente perigosas<br />

porque, quando os ministros são menosprezados, surge também<br />

o menosprezo pela Palavra; 3 enquanto que, em contrapartida, se lhes<br />

é dado mais importância do que merecem, os ministros abusam <strong>de</strong><br />

sua liberda<strong>de</strong> e passam a fazer precisamente o que apreciam, “agindo<br />

displicentemente contra o Senhor” [1Tm 5.11]. Ora, a mo<strong>de</strong>ração <strong>de</strong><br />

Paulo repousa no fato <strong>de</strong> os chamar ministros <strong>de</strong> Cristo. Ao agir assim,<br />

ele preten<strong>de</strong> dizer-lhes que não <strong>de</strong>vem ocupar-se <strong>de</strong> seu próprio trabalho,<br />

mas do trabalho do Senhor, o qual os convocou como seus servos,<br />

e igualmente sugere que não foram <strong>de</strong>signados para governarem a<br />

Igreja com autorida<strong>de</strong> imperiosa, mas para viverem sob a suprema autorida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Cristo. 4 Em suma, eles são servos, não senhores.<br />

O acréscimo, <strong>de</strong>spenseiros dos mistérios <strong>de</strong> Deus, <strong>de</strong>screve<br />

o caráter [genus] do ministério. Com isso ele insinua que a função<br />

<strong>de</strong>les é confinada à administração dos mistérios <strong>de</strong> Deus. Em outros<br />

termos, eles se <strong>de</strong>dicam aos homens, corpo-a-corpo, como dizemos, 5<br />

não segundo seus próprios gostos, mas segundo o Senhor confiou a<br />

sua responsabilida<strong>de</strong>. Ele po<strong>de</strong>ria colocar <strong>de</strong>sta forma: “Deus os es-<br />

2 “Pource que les Corinthiens iugeoyent <strong>de</strong> luy d’vne mauuaise sorte, et bien inconsi<strong>de</strong>reement.”<br />

– “Como os coríntios o julgavam <strong>de</strong> uma forma <strong>de</strong>sfavorável e mui abruptamente.”<br />

3 “Facilement on viendra à mespriser la parole <strong>de</strong> Dieu.” – “Prontamente virão a <strong>de</strong>sprezar<br />

a palavra <strong>de</strong> Deus.”<br />

4 “Ils sont eux-mesmes comme les autres sous la domination <strong>de</strong> Christ.” – “Eles mesmos<br />

estão, em comum com os <strong>de</strong>mais, sob o domínio <strong>de</strong> Cristo.”<br />

5 Nosso autor usa da mesma expressão quando comenta 1 Coríntios 11.23 e 15.3.

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