20.05.2014 Views

Comentário de 1 Coríntios

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

220 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

exceções. Então ele os adverte a não favorecerem a fornicação em<br />

qualquer extensão. As palavras “todas as coisas me são lícitas” <strong>de</strong>vem<br />

ser tomadas como se ele fosse antecipar (κατ̕ ἀνθυποφορὰν) o que os<br />

coríntios po<strong>de</strong>riam dizer, ou como se fosse falar por eles. É como se<br />

dissesse: “Estou a par do tipo <strong>de</strong> resposta que geralmente apresentais<br />

quando quereis evitar uma reprimenda pelos vícios que afetam a outrem.<br />

Vós, naturalmente, imaginais que todas as coisas vos são lícitas,<br />

sem qualquer reserva ou limitação.”<br />

Mas nem todas as coisas são convenientes. Esta é a primeira exceção<br />

por meio da qual ele restringe o uso da liberda<strong>de</strong> – eles não<br />

<strong>de</strong>vem entregar-se a uma licenciosida<strong>de</strong> irrestrita, porque não po<strong>de</strong>m<br />

per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista a necessida<strong>de</strong> da edificação 34 uns dos outros. Quer<br />

dizer: “Não basta que isto ou aquilo nos seja permitido para usado segundo<br />

nossos gostos, pois precisamos atentar bem para o que visa ao<br />

bem <strong>de</strong> nossos irmãos, cujo bem-estar é nossa obrigação consi<strong>de</strong>rar”<br />

[1Co 10.23, 24]. Porque, como ele posteriormente realçará mais plenamente<br />

e como já mostrou em Romanos 14.13 e seguintes, aos olhos <strong>de</strong><br />

Deus cada um <strong>de</strong> per si é interiormente livre, 35 com base na seguinte<br />

condição: que todos <strong>de</strong>vem limitar o uso <strong>de</strong> sua liberda<strong>de</strong> com vistas<br />

à edificação mútua.<br />

Mas eu não me submeterei a nenhuma. Esta é a segunda restrição<br />

para a liberda<strong>de</strong> – fomos constituídos senhores <strong>de</strong> todas as coisas,<br />

porém <strong>de</strong> uma forma tal que não <strong>de</strong>vemos pôr-nos sob a servidão <strong>de</strong><br />

nada. Este é o procedimento daqueles que não conseguem controlar<br />

seus próprios apetites. Porque tomo a palavra τινος (algum) como sendo<br />

neutra, e como uma referência não a pessoas, mas a coisas. Daí<br />

o significado ficando assim: “Somos senhores <strong>de</strong> todas as coisas, só<br />

que não <strong>de</strong>vemos fazer mau uso <strong>de</strong>sse senhorio e sofrer uma servidão<br />

por <strong>de</strong>mais ignóbil; <strong>de</strong> modo que, por causa das paixões que são excessivas<br />

e incontroláveis, estamos sob o controle das mesmas coisas<br />

externas que <strong>de</strong>viam estar sob nosso controle. Realmente, quando al-<br />

34 “L’edification du prochain.” – “A edificação <strong>de</strong> seu próximo.”<br />

35 “En sa conscience.” – “Em sua consciência.”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!