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Comentário de 1 Coríntios

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Capítulo 5 • 191<br />

uma referência a outro. Tenho-o consi<strong>de</strong>rado como uma referência a<br />

sacrifício; entretanto, isso não tem muita importância, visto que o significado<br />

não é afetado.<br />

O verbo ἑορτάζωμεν, que Erasmo traduziu por “celebremos a festa”<br />

[Festum celebremus], também significa tomar parte na festa solene<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> o sacrifício ser oferecido. Este significado parece a<strong>de</strong>quar-se<br />

melhor ao presente contexto. Portanto, tenho seguido mais a Vulgata<br />

[epulemur] do que Erasmo, visto que esta tradução está muito mais<br />

em consonância com o mistério com o qual Paulo está tratando.<br />

Voltemos ao conteúdo. Visto que Paulo <strong>de</strong>seja que os coríntios<br />

sejam encorajados para a prática da santida<strong>de</strong>, ele propõe que o que<br />

fora há muito tempo representado na páscoa, <strong>de</strong>ve agora tornar-se uma<br />

realida<strong>de</strong> em nós; explica qual é a relação existente entre a figura e a<br />

realida<strong>de</strong>. Em primeiro lugar, visto que a páscoa tinha duas partes, o<br />

sacrifício e a festa sacra, ele menciona ambas. Pois ainda que haja quem<br />

pense que o cor<strong>de</strong>iro pascoal não era um sacrifício, não obstante a razão<br />

consegue provar que ele era um sacrifício apropriado, porque neste rito<br />

o povo era reconciliado com Deus por meio da aspersão <strong>de</strong> sangue. No<br />

entanto, não existe reconciliação sem um sacrifício. O apóstolo, imediata<br />

e claramente, confirma isso; pois ele usa o verbo θύεσθαι (sacrificar), o<br />

qual é o termo apropriado para sacrifícios, do contrário estaria fora <strong>de</strong><br />

propósito neste contexto. O cor<strong>de</strong>iro, pois, era sacrificado a cada ano, e<br />

a festa costumava vir imediatamente <strong>de</strong>pois, e durava por sete dias sucessivos.<br />

“Cristo”, diz Paulo, “é nossa Páscoa”. 16 Ele foi sacrificado uma<br />

vez por todas, e, nesta condição, que o efeito <strong>de</strong> seu único sacrifício<br />

dure para sempre. Nesse ínterim, o que <strong>de</strong>vemos fazer é comer; 17 e que<br />

não seja apenas uma vez ao ano, mas perenemente.<br />

16 Charnock faz as seguintes observações sobre a forma <strong>de</strong> expressão aqui empregada:<br />

“Cristo a Páscoa, isto é, o cor<strong>de</strong>iro pascal. O cor<strong>de</strong>iro era chamado a páscoa. O sinal pela<br />

coisa significada por ele [2Cr 35.11]. E matavam a páscoa, isto é, o cor<strong>de</strong>iro; pois a páscoa<br />

era propriamente a passagem do anjo sobre Israel, quando ele foi enviado como executor<br />

da ira <strong>de</strong> Deus sobre os egípcios. Assim Mateus 26.17. “On<strong>de</strong> te prepararemos a páscoa<br />

para que a comas? isto é, o cor<strong>de</strong>iro pascal. Nossa páscoa, isto é, nosso cor<strong>de</strong>iro pascal.<br />

Ele é chamado o cor<strong>de</strong>iro <strong>de</strong> Deus [Jo 1.29].<br />

17 “Il ne reste plus sinon que nous en soyons nourris.” – “Nada resta senão que somos nutridos<br />

por ele.”

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