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Comentário de 1 Coríntios

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Capítulo 15 • 519<br />

um fato do passado [2Tm 2.18], e que não mais ocorreria no futuro.<br />

Semelhantes a eles, há em nossos dias alguns <strong>de</strong>mentes ou, preferivelmente,<br />

alguns <strong>de</strong>mônios 2 que se <strong>de</strong>nominam os libertinos. 3 Não<br />

obstante, tenho a impressão <strong>de</strong> estar mais perto da verda<strong>de</strong>, arriscando-me<br />

a conjeturar que fossem arrebatados por alguma fantasia 4 que<br />

<strong>de</strong>cepava sua esperança na ressurreição futura, da mesma forma que<br />

os libertinos <strong>de</strong> nossos dias que imaginam alguma sorte <strong>de</strong> ressurreição<br />

alegórica, 5 eliminando <strong>de</strong> nós a verda<strong>de</strong>ira ressurreição que nos<br />

é prometida.<br />

O que quer que isso tenha sido, seguramente apresenta um caso<br />

realmente terrível e que se aproxima <strong>de</strong> um prodígio, a saber: os que<br />

tinham sido instruídos por um mestre tão eminente fossem capaz <strong>de</strong><br />

cair tão rapidamente 6 em erros <strong>de</strong> natureza tão grosseira. Todavia, o<br />

que há <strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>nte nisso, quando na Igreja israelita os saduceus<br />

tinham a audácia <strong>de</strong> confessar publicamente que o homem não é diferente<br />

<strong>de</strong> um bruto no que tange à natureza essencial da alma, e que<br />

ele não é mais ditoso do que as bestas? Observemos, contudo, que<br />

tal cegueira é a recompensa do justo juízo <strong>de</strong> Deus, pois aqueles que<br />

não aquiescem na verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus são levados <strong>de</strong> um lado para outro<br />

pelas enganosas artimanhas <strong>de</strong> Satanás.<br />

Entretanto, alguém po<strong>de</strong>ria perguntar: por que ele <strong>de</strong>feriu ou<br />

adiou para o fim <strong>de</strong>sta carta um tema que merecia precedência sobre<br />

todos os <strong>de</strong>mais? Há quem responda que o apóstolo proce<strong>de</strong>u assim<br />

para <strong>de</strong>ixar uma profunda impressão em suas memórias. Preferivelmente,<br />

creio que o apóstolo não tencionava fazer nenhuma menção <strong>de</strong><br />

2 “Posse<strong>de</strong>z d’autres diahles.” – “Possuídos por outros <strong>de</strong>mônios.”<br />

3 “Os libertinos <strong>de</strong> Genebra eram mais uma súcia <strong>de</strong> <strong>de</strong>vassos do que um grupo <strong>de</strong> fanáticos;<br />

pois não <strong>de</strong>fendiam nenhum sistema religioso, mas apenas pleiteavam a liberda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> levar vidas voluptuosas e imorais. Essa súcia se compunha <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado número<br />

<strong>de</strong> cidadãos licienciosos que não podiam suportar a severa disciplina <strong>de</strong> Calvino, o qual<br />

punia com rigor, não só os costumes dissolutos, mas também tudo que levava o aspecto<br />

<strong>de</strong> irreligião e impieda<strong>de</strong>.” – Paterson’s History of the Church, vol. ii. p. 383.<br />

4 “Par quelque opinion fantastique.” – “Por alguma noção fantástica.”<br />

5 “Vne ie ne scay quelle resurrection allegorique.” – “Uma ressurreição alegórica, não sei <strong>de</strong><br />

que gênero.”<br />

6 “Si soudainement seduits.” – “Tão subitamente seduzidos.”

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