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Comentário de 1 Coríntios

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252 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

outro em torná-lo impuro. Conseqüentemente, um crente po<strong>de</strong> viver<br />

com um <strong>de</strong>scrente com sua consciência limpa, porque, no que diz respeito<br />

aos atos sexuais e às relações ordinárias do dia-a-dia, o <strong>de</strong>scrente<br />

é santificado, <strong>de</strong> modo que ele ou ela não contamina o parceiro crente<br />

com sua impureza [pessoal]. Entrementes, esta santificação não é para<br />

o benefício pessoal do parceiro <strong>de</strong>scrente. Seu valor se limita ao fato<br />

<strong>de</strong> que o parceiro crente não é contaminado pelo contato sexual com o<br />

parceiro <strong>de</strong>scrente, e o próprio matrimônio não é profanado.<br />

No entanto, daqui surge uma dúvida. Se a fé <strong>de</strong> um esposo cristão,<br />

ou <strong>de</strong> uma esposa cristã, santifica o matrimônio, segue-se que todos<br />

os matrimônios entre os <strong>de</strong>screntes são impuros e se põem na mesma<br />

categoria da fornicação. A isso respondo: para os <strong>de</strong>screntes nada é<br />

puro, visto que conspurcam, através <strong>de</strong> sua impureza, até mesmo as<br />

mais excelentes e as mais amáveis criações <strong>de</strong> Deus. Assim, é por esse<br />

mesmo prisma que eles também conspurcam o matrimônio, visto que<br />

não reconhecem Deus como a fonte do matrimônio, e por essa razão<br />

não possuem a mínima capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> genuína santificação, e, com<br />

suas consciências culpadas, abusam do matrimônio. Seria ingênuo<br />

concluir disso que o matrimônio, no caso <strong>de</strong>les, está no mesmo nível<br />

da fornicação, visto que, não importa quão impuro seja para eles, não<br />

obstante permanece puro em sua própria natureza, visto que o mesmo<br />

foi or<strong>de</strong>nado por Deus. Ele cumpre as funções <strong>de</strong> preservar a respeitabilida<strong>de</strong><br />

na socieda<strong>de</strong>, e controla os <strong>de</strong>sejos promíscuos. E assim, à<br />

luz <strong>de</strong>sses propósitos, ele é aprovado por Deus, como o são as <strong>de</strong>mais<br />

partes da or<strong>de</strong>m social [ordinis politici]. Portanto, <strong>de</strong>ve-se fazer sempre<br />

uma distinção entre a natureza <strong>de</strong> uma coisa e o uso abusivo <strong>de</strong>la.<br />

Senão seus filhos seriam impuros. Este é um argumento com<br />

base no efeito: “Se vosso matrimônio fosse impuro, então vossos filhos<br />

também nasceriam impuros; no entanto, eles são santos, visto<br />

que vosso matrimônio é também santo. Portanto, assim como a impieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um dos pais não impe<strong>de</strong> o filho <strong>de</strong> nascer santo, assim ela<br />

não impe<strong>de</strong> o matrimônio <strong>de</strong> ser inerentemente imaculado.” Alguns<br />

gramáticos explicam esta passagem como uma referência à santida<strong>de</strong>

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