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Comentário de 1 Coríntios

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Capítulo 4 • 163<br />

gladiadores, ou a sofrer algum outro tipo <strong>de</strong> tortura, e então são<br />

conduzidos perante a multidão extasiada; e, com referência a mim,<br />

não se trata <strong>de</strong> apenas uns poucos espectadores, mas do mundo<br />

todo.” Observe-se a admirável imperturbabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Paulo, pois<br />

quando percebeu que esse era o tratamento que Deus lhe aplicava,<br />

não sucumbiu nem per<strong>de</strong>u o ânimo. Porque ele não atribuía à arbitrarieda<strong>de</strong><br />

do mundo o fato <strong>de</strong> ele ser arrastado, por assim dizer,<br />

a um <strong>de</strong>gradante espetáculo dos jogos nas arenas, mas o atribui<br />

totalmente à providência <strong>de</strong> Deus.<br />

A última parte da frase – dos anjos e dos homens –, evi<strong>de</strong>ntemente<br />

eu a tomo neste sentido: “Apresento-me como provedor <strong>de</strong> esportes, e<br />

inclusive como o próprio espetáculo, não só para a terra, mas também<br />

para o céu.” Esta passagem geralmente é explicada como significando<br />

<strong>de</strong>mônios, visto que parecia absurdo que se referisse a anjos bons.<br />

Paulo, porém, não quis fazer-se enten<strong>de</strong>r que todos quantos são testemunhas<br />

<strong>de</strong> seu infortúnio se <strong>de</strong>leitavam com o que eles viam. Ele<br />

simplesmente quer dizer que Deus guia sua vida <strong>de</strong> tal maneira que parece<br />

ter sido <strong>de</strong>signado a provi<strong>de</strong>nciar esporte para o mundo inteiro.<br />

10. Somos loucos por amor a Cristo. Este contraste vem repassado<br />

<strong>de</strong> ironia e observações penetrantes, pois era manifestamente intolerável<br />

e <strong>de</strong>veras um gran<strong>de</strong> absurdo que os coríntios fossem felizes em<br />

tudo e usufruíssem <strong>de</strong> honra segundo os padrões humanos, e ao mesmo<br />

tempo assistissem seu mestre e pai sofrer a vil ignomínia e misérias<br />

<strong>de</strong> todo gênero. Pois os que são <strong>de</strong> opinião que Paulo se humilha <strong>de</strong>ssa<br />

maneira para que pu<strong>de</strong>sse <strong>de</strong> alguma forma confiar na solicitu<strong>de</strong> dos coríntios<br />

para lhe darem as coisas que ele mesmo reconhece lhe faltavam,<br />

dificilmente po<strong>de</strong>m impedir que seu ponto <strong>de</strong> vista seja refutado diante<br />

da pequena sentença que vem imediatamente em seguida.<br />

Portanto, ele está usando <strong>de</strong> ironia ao admitir que os coríntios<br />

são sábios em Cristo, fortes e honrados. É como se dissesse: 31 “Vós<br />

31 “C’est une concession ironique, c’est à dire, qu’il accor<strong>de</strong> ce dont ils se vntoyent, mais<br />

c’est par mocquerie, comme s’il disoit.” – “É uma irônica concessão; isto é, ele admite<br />

aquilo <strong>de</strong> que se gloriam, mas zombeteiramente, como se ele quisesse dizer.”

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