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Comentário de 1 Coríntios

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538 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

prática sob a lei. Pois assim como nas primícias toda a colheita anual<br />

era consagrada, também o po<strong>de</strong>r da ressurreição <strong>de</strong> Cristo se esten<strong>de</strong><br />

a todos nós; ou, se se preferir uma explicação mais simples, que nele<br />

colheram-se os primeiros frutos da ressurreição. Entretanto, eu mesmo<br />

prefiro enten<strong>de</strong>r o versículo neste sentido, ou, seja: que o <strong>de</strong>scanso dos<br />

mortos o seguirá, da mesma maneira como sucedia com as primícias <strong>de</strong><br />

toda a colheira; 46 e isso é confirmado pelo próximo versículo.<br />

21, 22. Assim como a morte veio por [meio <strong>de</strong>] um homem. O<br />

ponto a ser comprovado é este: que Cristo é as primícias e, em contrapartida,<br />

que ele não ressuscitou <strong>de</strong>ntre os mortos como um mero<br />

indivíduo. Ele produz sua prova partindo dos contrários; visto que<br />

a morte não provém da natureza, mas em conseqüência do pecado<br />

humano. Portanto, assim como Adão não provou a morte só para si,<br />

senão que ela atingiu a todos nós, segue-se que Cristo <strong>de</strong> forma semelhante,<br />

que é o antítipo, 47 não ressuscitou exclusivamente para si.<br />

Porque ele veio restaurar tudo quanto foi danificado em Adão.<br />

Deve-se observar, contudo, a força do argumento, pois ele não discute<br />

à guisa <strong>de</strong> similitu<strong>de</strong>, nem à guisa <strong>de</strong> exemplo, senão que se vale<br />

mas também quanto às circunstâncias do tempo. Pois primeiramente houve a Páscoa, e o<br />

dia seguinte foi o dia sabático, e no dia seguinte a esse ele, as primícias dos que dormiam,<br />

ressuscitou. Todos os que morreram antes <strong>de</strong> Cristo, e ressuscitaram para a vida, morreram<br />

novamente; Cristo, porém, é as primícias <strong>de</strong> todos os que ressuscitarão <strong>de</strong>ntre os<br />

mortos para nunca mais morrerem.” – Lightfoot.<br />

46 “As primícias lhe era, por or<strong>de</strong>m divina, apresentadas numa <strong>de</strong>terminada estação do ano,<br />

não só como um emblema da gratidão dos israelitas por sua liberalida<strong>de</strong>, mas como uma<br />

garantia da próxima colheita. Neste sentido, ele é chamado as primícias dos mortos. Ele<br />

foi o primeiro na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> tempo, pois embora alguns foram restaurados à vida, pela instrumentalida<strong>de</strong><br />

dos profetas, e por ele próprio durante seu ministério pessoal, nenhum<br />

<strong>de</strong>les saiu <strong>de</strong> seu túmulo para voltar para aqueles que ainda viviam <strong>de</strong>pois da ressurreição<br />

<strong>de</strong>le; e como ele foi o primeiro no tocante ao tempo, assim ele foi o primeiro na or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> sucessão. Todos os santos que o seguiam como a colheita, seguiram a apresentação<br />

das primícias no templo. O intervalo é longo, e a lúgubre esterilida<strong>de</strong> do túmulo po<strong>de</strong>ria<br />

justificar a conclusão <strong>de</strong> que a semente que lhe foi entregue pereceu para sempre. Nossa<br />

esperança, porém, repousa em seu po<strong>de</strong>r, o qual po<strong>de</strong> transformar o <strong>de</strong>serto em ramalhetes<br />

<strong>de</strong> rosas; e ainda esperamos que as influências celestiais <strong>de</strong>sçam como o orvalho<br />

sobre as ervas, quando o solo estéril exibirá toda a exuberância da vegetação, e a própria<br />

morte se esvaziará com a vida.” – Dick’s Theology, vol. iv. pp. 50, 51.<br />

47 “Le premier patron <strong>de</strong> la resurrection pour opposer à la mort d’Adam.” – “O primeiro<br />

mo<strong>de</strong>lo da ressurreição, em oposição à morte <strong>de</strong> Adão.”

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