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Comentário de 1 Coríntios

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528 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

mais áreas, não só em suportar as muitas dificulda<strong>de</strong>s, em passar por<br />

muitas provas e experiências, em abster-se <strong>de</strong> muitas coisas para cujo<br />

uso ele tinha toda a liberda<strong>de</strong>, mas porque o Senhor estava coroando<br />

seus esforços com uma maior medida <strong>de</strong> sucesso. 26 Pois consi<strong>de</strong>ro labor<br />

no sentido <strong>de</strong> os frutos que <strong>de</strong>viam ser vistos em seu trabalho.<br />

Não eu, mas a graça <strong>de</strong> Deus. Ao omitir o relativo [que], a Vulgata<br />

<strong>de</strong>u aos que não conhecem o grego uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se cometer<br />

equívoco. Porquanto ela traz: “Não eu, mas a graça <strong>de</strong> Deus comigo”, 27 o<br />

que leva à conclusão <strong>de</strong> que só a meta<strong>de</strong> do crédito é atribuído a Deus,<br />

enquanto que a outra meta<strong>de</strong> é atribuída ao homem. Portanto, seu raciocínio<br />

é que o apóstolo não agia <strong>de</strong> moto próprio, porquanto nada po<strong>de</strong>ria<br />

fazer sem a graça cooperante, 28 enquanto que, ao mesmo tempo, seu<br />

próprio livre-arbítrio e seus próprios esforços tinham sua própria participação<br />

na ação. Suas palavras, porém, vibram uma nota completamente<br />

diferente, pois havendo dito que algo lhe era aplicável, ele corrige isso e o<br />

transfere inteiramente para Deus; inteiramente, insisto, e não apenas uma<br />

parte; pois ele afirma que, qualquer coisa que fosse como que feita por<br />

ele, na verda<strong>de</strong> era totalmente obra da graça. Este é <strong>de</strong>veras um versículo<br />

notável, não só em sua função <strong>de</strong> reduzir a pó o orgulho humano, mas<br />

também em pôr em relevo como a graça divina age em nós. Porque, como<br />

se tivesse in<strong>de</strong>vidamente feito <strong>de</strong>le mesmo o autor <strong>de</strong> algo bom, o apóstolo<br />

corrige o que dissera, e <strong>de</strong>clara que a graça <strong>de</strong> Deus é a causa eficiente<br />

<strong>de</strong> tudo. Não <strong>de</strong>vemos imaginar que ele aqui está meramente simulando<br />

humilda<strong>de</strong>. 29 É <strong>de</strong> bom grado que ele fale assim e por saber que essa é a<br />

26 “Dieu donnoit plus heureuse issue à ses labeurs, et les faisoit proufiter plus amplement.” –<br />

“Deus <strong>de</strong>u a seus labores um resultado mais próspero, e os fez muito mais bem sucedidos.”<br />

27 “No manuscrito alexandrino, a redação é: Οὐκ ἐγὼ δε, ἀλλ̕ ἡ χάρις του̑ Θεου̑ σὺν ἐμοί. “Porém<br />

não eu, mas a graça <strong>de</strong> Deus comigo.” – Correspon<strong>de</strong>ndo a isto a tradução <strong>de</strong> Wiclif<br />

(1380): “Porém não eu, mas a graça <strong>de</strong> Deus comigo.”<br />

28 Ele faz menção disso nas Institutas.<br />

29 Hei<strong>de</strong>ggerus parece ter tido a exposição <strong>de</strong> Calvino diante dos olhos nas seguintes observações<br />

sobre a expressão usada pelo apóstolo: “Non Gratia Dei mecum, ut vetus Itala<br />

vertit, quasi effectus inter Gratiam Dei, et Pauli arbitrium distribueretur; nihil enim habuit<br />

ipse, quod non acceperit; sed ἡ σὺν ἐμοί, quœ mecum, ut totum et in solidum omne gratiæ<br />

soli acceptum feratur. Neque ita loquitur solius humitatis et mo<strong>de</strong>stiæ explicandæ ergo,<br />

quanquam et hanc testari voluit; sed quia potens illa gratia <strong>de</strong>monstratio et testmonium

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