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Comentário de 1 Coríntios

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486 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

forma?” Pois não é lógico que aqui se diga que a mente seja infrutífera<br />

[ἄκαρπον], com base no fato <strong>de</strong> que a Igreja não recebe daí nenhum<br />

benefício, já que aqui o apóstolo está falando <strong>de</strong> orações privativas<br />

e individuais. Portanto, tenhamos em mente que as coisas que são<br />

mutuamente conectadas, aqui são dissociadas à guisa <strong>de</strong> ilustração, e<br />

não porque é possível, ou geralmente suce<strong>de</strong> ser assim. Então o significado<br />

se torna óbvio: “Portanto, se formulo orações numa língua que<br />

não é conhecida, e o espírito me supre com palavras, é evi<strong>de</strong>nte que<br />

o próprio espírito, que regula minha língua, nesse caso orará, minha<br />

mente, porém, ou estará vagando sem rumo, ou, ao menos, não tomará<br />

parte alguma na oração.”<br />

É indispensável notarmos bem que o apóstolo consi<strong>de</strong>ra um gran<strong>de</strong><br />

erro se a mente não toma parte na oração. E não há que estranhar,<br />

pois o que mais fazemos em oração senão <strong>de</strong>rramar nossos pensamentos<br />

e <strong>de</strong>sejos diante <strong>de</strong> Deus? Além disso, diante do fato <strong>de</strong> a oração<br />

espiritual ser um meio <strong>de</strong> adorar a Deus, o que po<strong>de</strong>ria estar mais em<br />

<strong>de</strong>sarmonia com sua própria natureza do que vir ela estar presente<br />

só nos lábios, e não no mais íntimo recesso da alma? E essas coisas<br />

seriam perfeitamente familiarizadas a toda mente, não fosse o diabo<br />

privar o mundo <strong>de</strong> uma maneira tão extrema, ao ponto <strong>de</strong> convencer<br />

os homens <strong>de</strong> que oram corretamente, quando meramente movem<br />

seus lábios!<br />

E a obstinação dos papistas os leva a tal <strong>de</strong>mência, que não só<br />

apresentam justificativas para formularem suas orações sem a participação<br />

da mente, mas também preferem o ignorante aglomerado e<br />

murmúrio <strong>de</strong> palavras vazias <strong>de</strong> todo e qualquer significado. 26 Ao mesmo<br />

tempo, motejam <strong>de</strong> Deus com um mordaz exemplo <strong>de</strong> sofisma, 27<br />

dizendo que “a intenção final” é o que conta. Que se me permita ilustrar<br />

isso. Suponhamos que um espanhol amaldiçoe a Deus em alemão,<br />

26 “Mais qui plus est, aiment mieux que les idiots et ignorans barbotent <strong>de</strong>s pationestres en<br />

langage qui leur est incorgnu.” – “Mas, pior ainda, não passando <strong>de</strong> pessoas incultas e<br />

ignorantes, murmuram o Pai Nosso em uma linguagem que eles não compreen<strong>de</strong>m.”<br />

27 “Ils ont vne solution bien aigue et peremptoire.” – “Apresentam uma solução muito perpicaz<br />

e peremptória.”

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