20.05.2014 Views

Comentário de 1 Coríntios

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

344 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

6. Ora, estas coisas vieram a ser exemplos para nós. Ele nos adverte<br />

em termos ainda mais contun<strong>de</strong>ntes, dizendo que os castigos<br />

que foram infligidos sobre eles nos proporcionaram lições relevantes,<br />

a fim <strong>de</strong> que não provoquemos a ira <strong>de</strong> Deus como eles fizeram. Diria<br />

Paulo: “Pela forma como ele os castigou, Deus, por assim dizer, nos<br />

apresentou um quadro vivo [in tabula] <strong>de</strong> sua severida<strong>de</strong>, para que<br />

atentemos bem e sinceramente para ele e aprendamos a temê-lo.”<br />

Mais adiante direi algo sobre o termo exemplo [typus]. Nesse ínterim,<br />

pretendo apenas ressaltar a meus leitores que não me afastei da<br />

redação seja da antiga tradução 21 ou <strong>de</strong> Erasmo [in figura], sem a <strong>de</strong>vida<br />

pon<strong>de</strong>ração. Uma vez que ambas as versões obscurecem ou, para<br />

dizer o mínimo, não realçam claramente a intenção <strong>de</strong> Paulo, a saber:<br />

que na maneira <strong>de</strong> Deus tratar o povo ele nos forneceu um quadro que<br />

<strong>de</strong>ve nos ensinar uma lição objetiva.<br />

A fim <strong>de</strong> que não cobicemos as coisas más. Agora ele nos apresenta<br />

certas instâncias, ou, melhor, <strong>de</strong>fine certos exemplos, <strong>de</strong> modo<br />

que lhe propiciassem a chance <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nar certo número <strong>de</strong> pecados,<br />

que forçosamente servisse para chamar a atenção dos coríntios.<br />

Minha convicção é que o inci<strong>de</strong>nte aqui referido é aquele relatado<br />

em Números 11.4, ainda que outros o relacionem com o que encontramos<br />

em Números 26.64. Quando o povo passou a viver do maná,<br />

por algum tempo, aos poucos foram tomando ojeriza por ele, e começaram<br />

a <strong>de</strong>sejar outros gêneros <strong>de</strong> alimento, tais como aqueles que<br />

costumavam ter no Egito. Ora, eles passaram a pecar <strong>de</strong> duas formas:<br />

rejeitando algo que era uma dádiva especial <strong>de</strong> Deus, e cobiçando <strong>de</strong>svairadamente<br />

uma enorme varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> comidas e iguarias, o que era<br />

contrário à vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus. Tal cobiça ofen<strong>de</strong>u o Senhor, e ele infligiu<br />

sobre o povo uma praga muitíssimo severa. Em conseqüência, aquele<br />

lugar passou a chamar-se “sepulcros da concupiscência” 22 [Quibrote-<br />

-Ataavá, Nm 11.34], porque sepultaram ali os que foram fulminados<br />

21 A tradução da Vulgata é em figura [in figure]. Wiclif (1380) traduz assim a sentença: “Mas<br />

estas coisas são apresentadas em figuras para nós.”<br />

22 Nosso autor dá aqui o sentido literal <strong>de</strong> Kibroth-hatta-avah.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!