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Comentário de 1 Coríntios

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322 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

res em sua vocação, visto que não recebeu salário, o qual o Senhor<br />

permite que os pastores recebam. Mas, como era parte <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>ver<br />

tomar medidas contra toda possível ocasião <strong>de</strong> escândalo, tudo o que<br />

ele previa e como o via, para que o curso do evangelho não fosse obstruído<br />

caso ele usasse <strong>de</strong> sua liberda<strong>de</strong>, embora isso estivesse fora<br />

do curso ordinário, afirma que mesmo nesse caso ele retribuía a Deus<br />

nada mais que o <strong>de</strong>vido. Pois pergunto: “Não é <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> um bom pastor<br />

suprimir aquilo que po<strong>de</strong> trazer escândalo, até on<strong>de</strong> isso está em<br />

seu po<strong>de</strong>r?” E novamente pergunto: “O que Paulo faz senão precisamente<br />

isso?” Portanto, não temos o direito <strong>de</strong> supor que ele dava a<br />

Deus algo que não lhe era <strong>de</strong>vido, visto que só fez o que a exigência<br />

<strong>de</strong> seu ofício <strong>de</strong>mandava – mesmo que fosse exigência incomum. Não<br />

<strong>de</strong>mos mais ouvidos, pois, a esta perversa fantasia, 18 ou, seja, que fazemos<br />

reparação por nossos pecados aos olhos <strong>de</strong> Deus mediante as<br />

obras <strong>de</strong> supererrogação. 19 E ainda mais, que haja um fim ao próprio<br />

uso do termo, pois o mesmo se acha carregado <strong>de</strong> um orgulho diabólico.<br />

20 Não há dúvida <strong>de</strong> que este versículo é erroneamente torcido com<br />

o fim <strong>de</strong> produzir tal interpretação.<br />

Ora, o erro dos papistas é refutado, <strong>de</strong> maneira geral, no que<br />

segue: Sejam quais forem as obras compreendidas sob a lei, são falsamente<br />

<strong>de</strong>nominadas supererrogação, como se manifesta nas palavras<br />

<strong>de</strong> Cristo: “Assim também vós, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> haver<strong>de</strong>s feito tudo quanto<br />

vos foi or<strong>de</strong>nado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas<br />

o que <strong>de</strong>veríamos fazer” [Lc 17.10]. Ora, concordamos que não há<br />

obra alguma boa ou aceitável a Deus que não esteja incluída na lei<br />

<strong>de</strong> Deus. Ponho esta segunda afirmação da seguinte maneira: Não há<br />

duas classes <strong>de</strong> boas obras, pois todas elas po<strong>de</strong>m ser reduzidas ou<br />

ao serviço <strong>de</strong> Deus, ou ao amor. Mas nada pertence ao serviço <strong>de</strong> Deus<br />

que não esteja incluído neste neste sumário: “Amarás, pois, o Senhor<br />

18 “Ceste pervedrse et mal-heureuse imagination.” – “Essa perversa e miserável fantasia.”<br />

19 “C’est à dire, lesquelles nous faisons <strong>de</strong> superabondant.” – “Equivale dizer, o que fazemos<br />

como extra.”<br />

20 Nosso autor se expressa em termos semelhantes em outra parte quanto à palavra mérito.

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