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Comentário de 1 Coríntios

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Capítulo 2 • 111<br />

Observe-se, além do mais, a palavra traduzida julgada, pela qual<br />

o apóstolo notifica que somos não meramente iluminados pelo Senhor<br />

para recebermos a verda<strong>de</strong>, mas que somos igualmente dotados com<br />

o espírito <strong>de</strong> discriminação a fim <strong>de</strong> não vivermos suspensos pela<br />

dúvida entre verda<strong>de</strong> e falsida<strong>de</strong>, mas para sermos capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar<br />

o que <strong>de</strong>vemos evitar e o que <strong>de</strong>vemos seguir.<br />

Neste ponto, porém, po<strong>de</strong>mos formular a seguinte pergunta:<br />

Quem é esse homem espiritual, e on<strong>de</strong> havemos <strong>de</strong> encontrá-lo munido<br />

<strong>de</strong> tanta luz que se torna capaz <strong>de</strong> a tudo julgar, quando estamos<br />

bem cientes do fato <strong>de</strong> estarmos envoltos por um gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong><br />

ignorância e sujeitos ao risco <strong>de</strong> cair em erros, e, o que é ainda mais<br />

sério, quando ainda o mais excelente <strong>de</strong>ntre os homens reiteradamente<br />

fracassa? A resposta é fácil: Paulo não esten<strong>de</strong> esta faculda<strong>de</strong><br />

a todos, <strong>de</strong> modo a representar a todos os que são renovados pelo<br />

Espírito <strong>de</strong> Deus como isentos <strong>de</strong> todo gênero <strong>de</strong> erro; mas simplesmente<br />

se propõe a ensinar que a sabedoria da carne é <strong>de</strong> nenhuma<br />

valia para julgar a doutrina da pieda<strong>de</strong>, e que a prerrogativa <strong>de</strong> juízo<br />

e autorida<strong>de</strong> pertence exclusivamente ao Espírito <strong>de</strong> Deus. Portanto,<br />

um homem só julga corretamente e com segurança <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ser<br />

regenerado e segundo a medida da graça que lhe for conferida – e<br />

não mais que isso!<br />

Ele mesmo não é julgado por ninguém. Já expliquei sobre<br />

que base Paulo afirma que o homem espiritual não está sujeito<br />

ao julgamento <strong>de</strong> qualquer ser humano, a saber, porque a veracida<strong>de</strong><br />

da fé, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> exclusivamente <strong>de</strong> Deus, e se acha<br />

fundamentada em sua Palavra, não prevalece nem cai segundo o<br />

bel-prazer humano. 32 O que ele afirma <strong>de</strong>pois, que o espírito <strong>de</strong> um<br />

profeta está sujeito a outros profetas [1Co 14.32], <strong>de</strong> modo algum é<br />

inconsistente com essa <strong>de</strong>claração. Pois qual é o propósito <strong>de</strong>ssa<br />

sujeição senão para que cada um dos profetas ouça os <strong>de</strong>mais e<br />

32 “N’est point suiete au plaisir <strong>de</strong>s hommes, pour estre ou n’estre point, selon qu’ils voudront.”<br />

– “Não está sujeito à vonta<strong>de</strong> humana, <strong>de</strong> modo a obe<strong>de</strong>cer ou não segundo sua<br />

<strong>de</strong>cisão.”

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