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Comentário de 1 Coríntios

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152 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

que tratar com pessoas irredutíveis, que ousavam <strong>de</strong>sprezar a Palavra<br />

<strong>de</strong> Deus afrontando-a na pessoa dos profetas, estes se punham numa<br />

posição imponente a fim <strong>de</strong> esmagar a diabólica obstinação que, tão<br />

notória, subverte o soberano domínio <strong>de</strong> Deus e a luz da verda<strong>de</strong>. Mas<br />

quando se oferece a alguém a chance <strong>de</strong> se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r, ou, ao menos,<br />

quando precisa inocentar-se, e apela para Deus à guisa <strong>de</strong> subterfúgio,<br />

por certo que garantirá sua inocência por esse método, porém sua<br />

repugnante impudência ficará a <strong>de</strong>scoberto. 13<br />

Ou por algum juízo humano. [O latim: aut ab humanodie. O grego:<br />

ἤ υ̒πὸ ἀνθρωπίνης η̒μέρας] Ainda que outros expliquem isso <strong>de</strong> outra<br />

forma, meu ponto <strong>de</strong> vista consiste em que é mais fácil tomar a palavra<br />

dia metaforicamente, no sentido <strong>de</strong> juízo, porque há dias <strong>de</strong>signados<br />

para a administração da justiça, e as partes são citadas para um certo<br />

dia. Paulo o chama “dia do homem” 14 quando se pronuncia juízo, não<br />

em concordância com a verda<strong>de</strong> ou com a Palavra <strong>de</strong> Deus, mas em<br />

concordância com as concepções e temerida<strong>de</strong> dos homens, 15 quando,<br />

na verda<strong>de</strong>, Deus não presi<strong>de</strong> o tribunal. Paulo está dizendo: “Que<br />

os homens tomem assento no tribunal como lhes apraz; quanto a mim,<br />

basta-me que Deus rescinda qualquer <strong>de</strong>cisão que porventura tenham<br />

pronunciado.”<br />

Sim, nem eu mesmo me julgo. O significado é o seguinte: “Não<br />

ouso julgar a mim mesmo, ainda que eu seja quem melhor me conhece;<br />

como, pois, me julgaríeis, quando <strong>de</strong> vós eu sou menos intimamente<br />

conhecido?” E ele prova que não se aventura a julgar-se a si mesmo,<br />

ao dizer que, embora pessoalmente talvez não tivesse consciência <strong>de</strong><br />

algum erro, contudo não significava que fosse inocente aos olhos <strong>de</strong><br />

Deus. Ele, pois, conclui que o que os coríntios reivindicavam para si<br />

era algo que pertencia exclusivamente a Deus. Diz ele: “Quanto a mim,<br />

13 170 “Se <strong>de</strong>monstrera estre merueilleusement impu<strong>de</strong>nt.” – “Ele <strong>de</strong>monstrará ser admiravelmente<br />

impu<strong>de</strong>nte.”<br />

14 A palavra dia, que é uma tradução literal da palavra original η̒μέρας, é usada em algumas<br />

<strong>de</strong> nossas versões.<br />

15 “Selon les sottes affections, ou les mouuemens temeraires <strong>de</strong>s hommes.” – “Segundo os<br />

tolos afetos ou impulsos temerários dos homens.”

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