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Comentário de 1 Coríntios

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Capítulo 7 • 279<br />

não <strong>de</strong>vemos permitir que isso sofra o mesmo gênero <strong>de</strong> solução que<br />

os monges inventaram, ou, seja, obrigar-se voluntariamente a uma<br />

servidão vitalícia. (Pois esse é o gênero <strong>de</strong> voto que ele faz.) Paulo,<br />

porém, faz particular menção <strong>de</strong>sta firme <strong>de</strong>terminação, visto que os<br />

homens amiú<strong>de</strong> esboçam planos precipitadamente, <strong>de</strong> modo que no<br />

dia seguinte estão pesarosos <strong>de</strong> havê-los feito. Visto que esta é uma<br />

questão <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong>, ela <strong>de</strong>manda um propósito totalmente<br />

amadurecido.<br />

Em segundo plano, ele fala da pessoa como não tendo nenhuma<br />

necessida<strong>de</strong>; porquanto muitos, quando chegam a <strong>de</strong>liberar, são mais<br />

obstinados do que razoáveis. E nas circunstâncias que estamos consi<strong>de</strong>rando<br />

aqui, 73 renunciam o matrimônio, estando em po<strong>de</strong>r fazê-lo,<br />

sem prestar a mínima atenção se estão preparados para isso, porém<br />

julgam ser bastante dizer: “Isso é precisamente o que quero.” Paulo<br />

requer <strong>de</strong>les que tenham aptidão, a fim <strong>de</strong> não tomarem uma <strong>de</strong>cisão<br />

precipitadamente, mas que seja segundo a medida da graça que<br />

lhes foi dada. A ausência <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> no caso, ele apropriadamente<br />

o expressa na sentença seguinte, quando diz que tenham “domínio<br />

sobre sua própria vonta<strong>de</strong>”. Pois é como se ele quisesse dizer: “Não<br />

quero que resolvam antes que estejam certos <strong>de</strong> que lhes foi dado o<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> cumpri-lo; porque é algo temerário, <strong>de</strong>veras fatal, 74 achar-se<br />

lutando contra a <strong>de</strong>signação divina.” Mas alguém dirá: “À luz <strong>de</strong>ste<br />

sistema, os votos <strong>de</strong>vem ser con<strong>de</strong>nados, uma vez que a atenção é<br />

voltada para as condições anexas.” A isso respondo que não temos<br />

nenhuma certeza em relação à vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus quanto ao futuro; portanto,<br />

no que diz respeito ao dom da abstinência, não <strong>de</strong>vemos tomar<br />

uma <strong>de</strong>cisão que nos escravize ao longo <strong>de</strong> toda nossa vida. Façamos<br />

uso do dom <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que nos sintamos livres para fazê-lo. Entrementes,<br />

confiemo-nos ao Senhor, prontos a segui-lo para on<strong>de</strong> ele queira nos<br />

chamar [Ap 14.4].<br />

73 “Et mesme quand il est question du propos dont il est yci fait mention.” – “E ainda quando<br />

haja dúvida sobre o tema, do qual ele aqui fez menção.”<br />

74 “Vne arrogance pernicieuse.” – “Uma arrogância perniciosa.”

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