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Comentário de 1 Coríntios

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Capítulo 15 • 533<br />

mais harmonia com a intenção do apóstolo. Porquanto ele aqui não<br />

está tratando da reputação humana (como já afirmei), mas do fato <strong>de</strong><br />

Deus ser exposto à acusação <strong>de</strong> mentir, visto que aquilo que estavam<br />

proclamando tinha sua origem nele.<br />

17. E ainda permaneceis em vossos pecados. Embora Cristo tenha<br />

feito expiação por nossos pecados, <strong>de</strong> modo que não são mais<br />

levados em conta para acusação contra nós ante o tribunal <strong>de</strong> Deus, e<br />

tenha crucificado nosso velho homem para que suas paixões não mais<br />

reinassem em nós, e finalmente ele, por meio <strong>de</strong> sua própria morte, tenha<br />

<strong>de</strong>struído o po<strong>de</strong>r da morte e do próprio diabo [Hb 2.14], contudo<br />

não haveria nenhuma virtu<strong>de</strong> nesses fatos caso ele não emergisse vitorioso<br />

por meio <strong>de</strong> sua ressurreição. Assim, caso a ressurreição fosse<br />

anulada, a tirania do pecado seria outra vez estabelecida.<br />

18. Então os que adormeceram. Tendo em vista provar que, se<br />

a ressurreição <strong>de</strong> Cristo fosse eliminada, nossa fé seria baldada e o<br />

Cristianismo 38 não passaria <strong>de</strong> uma ilusão, então ele disse que a existência<br />

[humana] permaneceria em seus pecados; mas como há uma<br />

ilustração mais clara <strong>de</strong>sta matéria a ser vista nos mortos, ele então<br />

faz alusão a eles como um exemplo. “Que vantagem teriam os mortos<br />

que uma vez foram cristãos? Portanto, nossos irmãos que já enfrentaram<br />

a morte viveram na fé em Cristo sem nenhuma objetivida<strong>de</strong>.” Mas<br />

se se admitir que a essência da alma é imortal, então este argumento,<br />

à primeira vista, parece conclusivo; porque mui prontamente se replicará<br />

que os mortos não pereceram, visto que suas almas continuam<br />

existindo num estado <strong>de</strong> separação <strong>de</strong> seus corpos. Daí, alguns fanáticos<br />

concluem, à luz <strong>de</strong>ste versículo, que não po<strong>de</strong> haver vida alguma<br />

no período intermediário entre a morte e a ressurreição; mas não é<br />

difícil refutar tal frenesi. 39 Porque, embora as almas dos mortos estejam<br />

agora vivas e felizes no bendito repouso, todavia a plenificação <strong>de</strong><br />

38 “La profession <strong>de</strong> Chrestiente.” – “A profissão [<strong>de</strong> fé] do Cristianismo.”<br />

39 Beza menciona em seu livro Vida <strong>de</strong> Calvino, o qual antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar a França, em 1534,<br />

“publicou seu admirável tratado, intitulado Psychopannychia, contra o erro dos que, revivendo<br />

uma doutrina que fora <strong>de</strong>fendida nos primeiros séculos, ensinavam que a alma,<br />

quando se separa do corpo, permanece dormente.” Calvin’s Tracts, vol, ii, p. xxvi.

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