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Comentário de 1 Coríntios

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206 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

causas Paulo está tratando. Porque os julgamentos públicos estão<br />

além <strong>de</strong> nossa jurisdição e não <strong>de</strong>vem ser transferidos para nosso<br />

controle. É plenamente normal, porém, estabelecer questão privativas<br />

sem o reconhecimento do magistrado. Portanto, visto que não<br />

estamos <strong>de</strong>traindo a autorida<strong>de</strong> do magistrado quando tomamos <strong>de</strong>cisão<br />

por nós mesmos, o apóstolo corretamente diz aos cristãos que<br />

se mantivessem afastados dos tribunais profanos, ou, seja, os pertencentes<br />

aos juízes incrédulos. E diante da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alegarem<br />

que estavam sendo privados <strong>de</strong> um remédio mais eficaz, ele então<br />

lhes diz que escolhessem juízes da igreja para estabelecer as causas<br />

com justiça e eqüida<strong>de</strong>. Em caso <strong>de</strong> se justificarem, dizendo que não<br />

dispunham <strong>de</strong> homens preparados para isso, ele afirma que mesmo<br />

a pessoa <strong>de</strong> condição bem inferior po<strong>de</strong>ria fazer o que é requerido.<br />

Portanto, a autorida<strong>de</strong> do magistrado não é prejudicada aqui, quando<br />

ele mostra que sua função é proteger as pessoas que são in<strong>de</strong>fesas.<br />

Porque (como já disse) isso é afirmado à guisa <strong>de</strong> antecipação, como<br />

se dissesse: “Ainda o mais humil<strong>de</strong> e o mais insignificante entre vós<br />

po<strong>de</strong>rá levar este ofício a bom termo melhor que os juízes <strong>de</strong>screntes<br />

a quem estais recorrendo, quando não existe a menor necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

proce<strong>de</strong>r<strong>de</strong>s assim.”<br />

Crisóstomo chega bem perto <strong>de</strong>sta interpretação, ainda que ele<br />

lhe acrescente algo adicional. Pois ele acredita que o apóstolo tinha<br />

em mente que, embora os coríntios não encontrassem ninguém em seu<br />

meio bastante sábio para julgar, <strong>de</strong>veriam, contudo, escolher alguns,<br />

não importasse o que fossem. Ambrósio não toca, como se diz, nem o<br />

céu nem a terra. 14 Acredito que me expressei fielmente o que o apóstolo<br />

tinha em mente, ou, seja, que ele preferia o mais <strong>de</strong>sprezível <strong>de</strong>ntre os<br />

crentes a quaisquer <strong>de</strong>screntes, no que tange à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> julgar.<br />

Alguns <strong>de</strong>senvolvem um significado completamente diferente.<br />

Pois consi<strong>de</strong>ram o verbo καθιζετε no presente, ou, seja, “vós os pon<strong>de</strong>s<br />

14 “Sainct Ambrose ne touche ne ciel ne terre (comme on dit) en l’exposition <strong>de</strong> ces mots.”<br />

– “Santo Ambrósio nem toca o céu nem a terra (segundo a expressão corrente) na exposição<br />

<strong>de</strong>stas palavras.” A intenção <strong>de</strong> nosso autor parece ser que Ambrósio pairava em<br />

suspenso, ou não <strong>de</strong>cidia qual a opinião certa.

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