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Comentário de 1 Coríntios

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Capítulo 9 • 309<br />

não tiveram qualquer dificulda<strong>de</strong> em ter esposa; sim, e o que é mais<br />

[comprobatório], o próprio Pedro, a quem, <strong>de</strong> comum acordo, é dado<br />

o primeiro lugar, admite para si o mesmo direito.”<br />

Por “irmãos do Senhor” ele quer dizer João e Tiago, que “era<br />

reputados como colunas”, segundo expressou em Gálatas 2.9. E em<br />

harmonia com o costume usual da Escritura, ele chama irmãos aos que<br />

estavam relacionados a ele pelo nascimento.<br />

Quem quer que se proponha encontrar nesta passagem apoio<br />

para o papado estará se fazendo <strong>de</strong> tolo. Concordamos plenamente<br />

que Pedro era <strong>de</strong> fato reconhecido como o primeiro entre os apóstolos,<br />

pois em toda companhia <strong>de</strong> pessoas é sempre necessário que<br />

haja alguém que assuma a li<strong>de</strong>rança sobre os <strong>de</strong>mais. E eles mesmos<br />

estavam prontos a respeitar Pedro, por causa da riqueza <strong>de</strong> seus excelentes<br />

dons; pois é justo que todo aquele que se sobressaia a outros<br />

nos dons da graça <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong>ve ser tido em elevada consi<strong>de</strong>ração e<br />

honra. A primazia <strong>de</strong> Pedro, porém, não era senhorio; aliás, não havia<br />

qualquer comparação entre esta e a autorida<strong>de</strong> absoluta <strong>de</strong> um senhor<br />

[dominatio]. Porque, ainda que se distinguisse entre os <strong>de</strong>mais, ele era<br />

refutável em relação a seus colegas. Além disso, uma coisa é ser particularmente<br />

o primeiro na Igreja; e completamente outra é reivindicar<br />

para si a sabedoria ou preeminência sobre o mundo inteiro. Ainda que<br />

concordássemos com tudo isso no tocante a Pedro, o que teria isso a<br />

ver com o papa? Pois assim como Matias suce<strong>de</strong>u a Judas [At 1.26], também<br />

algum Judas po<strong>de</strong> muito bem assumir o lugar <strong>de</strong> Pedro. Sim, e agora<br />

vemos, após um período <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 900 anos entre seis sucessores,<br />

ou, pelo menos, os que se vangloriaram <strong>de</strong> ser seus sucessores, que<br />

nenhum <strong>de</strong>les é em nada mais elevado do que Judas. Mas este não é<br />

o lugar apropriado para se discutirem essas coisas (vejam-se minhas<br />

Institutas, 4.6).<br />

Devemos notar um último ponto aqui, a saber: que os apóstolos<br />

não se abstinham do matrimônio, como o fazem os clérigos papais<br />

que tanto o <strong>de</strong>testam, visto que o mesmo não convém à santida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sua or<strong>de</strong>m. Mas foi <strong>de</strong>pois dos apóstolos que os homens elucidaram

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