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Comentário de 1 Coríntios

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Capítulo 4 • 149<br />

colheu para serem ministros <strong>de</strong> seu Filho, para, através <strong>de</strong>les, tornar<br />

conhecida dos homens sua sabedoria celestial. Por essa razão, <strong>de</strong>vem<br />

restringir-se estritamente a esta tarefa.” Mas tudo indica que ele está<br />

repreen<strong>de</strong>ndo indiretamente os coríntios, porque, tendo negligenciado<br />

os mistérios celestiais, passaram a seguir, com extrema avi<strong>de</strong>z,<br />

após coisas estranhas, engendradas pelos homens, e isso em virtu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> avaliarem seus mestres meramente pelos padrões da erudição<br />

mundana.<br />

Paulo enaltece o evangelho <strong>de</strong>nominando-o os mistérios <strong>de</strong><br />

Deus. Além do mais, visto que os sacramentos se acham conectados<br />

a esses mistérios, como suplementos, segue-se que, aqueles<br />

que são responsáveis pela proclamação da Palavra, também estão<br />

autorizados a ministrá-los.<br />

2. Além disso, o que se requer dos ministros. 6 É como se quisesse<br />

dizer: “É <strong>de</strong> pouca serventia ser administrador [dispensator], se a administração<br />

[dispensatio] não for correta.” Ora, a regra para se efetuar<br />

uma administração correta é o administrador portando-se com toda fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>.<br />

Temos <strong>de</strong> prestar cuidadosa atenção a esta passagem a fim<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrirmos como, <strong>de</strong> uma forma arrogante, 7 os papistas exigem<br />

que tudo o que fizerem, e tudo o que ensinarem, tem <strong>de</strong> assumir uma<br />

autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lei, simplesmente sob o pretexto <strong>de</strong> serem eles chamados<br />

‘pastores’. Longe <strong>de</strong> Paulo, porém, sentir-se satisfeito com um simples<br />

título. Para ele, nem mesmo basta a vocação legítima, a menos que a<br />

pessoa chamada execute os <strong>de</strong>veres do ofício com toda fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>. Portanto,<br />

sempre que os papistas põem diante <strong>de</strong> nó a camuflagem <strong>de</strong> um<br />

título com o fim <strong>de</strong> manter a tirania <strong>de</strong> seus ídolos, nossa resposta <strong>de</strong>ve<br />

ser que Paulo requer dos ministros <strong>de</strong> Cristo muito mais que isso. Todavia,<br />

se tudo for <strong>de</strong>vidamente consi<strong>de</strong>rado, o leitor <strong>de</strong>scobrirá que o<br />

papa e seu séquito carecem não só <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> no <strong>de</strong>sempenho dos<br />

<strong>de</strong>veres do ofício, mas também do próprio ministério.<br />

Não obstante, esta passagem discute o problema não só dos falsos<br />

6 “Entre les dispensateurs.” – “Entre os <strong>de</strong>spenseiros.”<br />

7 “Et d’une façon magistrate.” – “E com um ar <strong>de</strong> magistrado.”

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