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Comentário de 1 Coríntios

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64 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

tanto, careciam <strong>de</strong> ser chamados <strong>de</strong> volta à ignomínia da cruz mais do<br />

que outras pessoas, para que apren<strong>de</strong>ssem a abraçar a Cristo como<br />

ele é, sem qualquer adorno, e ao evangelho em sua simplicida<strong>de</strong>, livre<br />

<strong>de</strong> todo e qualquer adorno falso. Ao mesmo tempo reconheço que, em<br />

alguma medida, este conceito tem uma valida<strong>de</strong> permanente, a saber,<br />

que a cruz <strong>de</strong> Cristo per<strong>de</strong> seu efeito não meramente em virtu<strong>de</strong> da<br />

sabedoria do mundo, mas também da elegância lingüística. Pois a proclamação<br />

<strong>de</strong> Cristo crucificado é simples e sem adorno; e por isso não<br />

<strong>de</strong>ve ser obscurecida por falsos ornamentos <strong>de</strong> linguagem. A prerrogativa<br />

do evangelho é humilhar a sabedoria do mundo <strong>de</strong> tal maneira<br />

que, <strong>de</strong>spojados <strong>de</strong> nosso próprio entendimento, nos tornemos plenamente<br />

dóceis, e não pretendamos saber, ou mesmo <strong>de</strong>sejar conhecer<br />

algo que não seja aquilo que o próprio Senhor ensina. No que respeita<br />

à sabedoria humana, teremos ocasião <strong>de</strong> avaliar mais <strong>de</strong>tidamente,<br />

mais adiante, em que aspectos ela é oposta a Cristo. Quanto à eloqüência,<br />

chamarei a atenção para ela <strong>de</strong> forma abreviada, até on<strong>de</strong> a<br />

passagem o permite.<br />

Percebemos que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início Deus or<strong>de</strong>nou questões como<br />

esta: que o evangelho fosse administrado com simplicida<strong>de</strong>, sem qualquer<br />

auxílio da eloqüência. Não po<strong>de</strong>ria aquele que mo<strong>de</strong>lou a língua<br />

dos homens para que fosse eloqüente, ser ele mesmo eloqüente caso<br />

assim o quisesse? Embora ele pu<strong>de</strong>sse agir assim, contudo não quis<br />

que assim fosse. Por que ele não quis agir <strong>de</strong>ssa forma, <strong>de</strong>scubro duas<br />

razões mais específicas. A primeira é esta: para que a majesta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sua verda<strong>de</strong> pu<strong>de</strong>sse resplan<strong>de</strong>cer com a máxima niti<strong>de</strong>z, e a simples<br />

eficácia <strong>de</strong> seu Espírito, sem auxílios externos, pu<strong>de</strong>sse penetrar as<br />

mentes humanas. A segunda razão é esta: para que ele pu<strong>de</strong>sse treinar<br />

mais eficazmente nossa obediência e docilida<strong>de</strong>, e ao mesmo tempo<br />

nos instruir no caminho da genuína humilda<strong>de</strong>. Pois o Senhor a ninguém<br />

mais admite em sua escola senão os pequeninos. 44 Portanto, as<br />

únicas pessoas capacitadas com sabedoria celestial são aquelas que<br />

44 “Les humbles.” – “Os humil<strong>de</strong>s.”

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