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Comentário de 1 Coríntios

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44 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

evangelho produzir frutos neles. Demais, ele não fez isso <strong>de</strong> uma única<br />

forma, mas o fez pela operação interna do Espírito e pela excelência<br />

e varieda<strong>de</strong> dos dons, pelos milagres e por todas as <strong>de</strong>mais coisas<br />

que cooperam. Ele chama o evangelho <strong>de</strong> o testemunho <strong>de</strong> Cristo ou<br />

concernente a Cristo, porque toda a soma <strong>de</strong>le é <strong>de</strong>svendar Cristo a<br />

nós, “em quem estão ocultos todos os tesouros do conhecimento” [Cl<br />

2.3]. Se alguém prefere consi<strong>de</strong>rá-lo num sentido ativo, em razão <strong>de</strong><br />

o autor primário do evangelho ser Cristo, <strong>de</strong> modo que os apóstolos<br />

nada mais são senão testemunhas secundárias, ou menos importantes,<br />

não discordarei <strong>de</strong>le. Contudo, para mim a primeira explicação é<br />

mais satisfatória. Admito que, logo <strong>de</strong>pois [cf. 2.1], “o testemunho <strong>de</strong><br />

Deus” <strong>de</strong>ve, além <strong>de</strong> toda controvérsia, ser consi<strong>de</strong>rado num sentido<br />

ativo, porquanto o sentido passivo seria ina<strong>de</strong>quado. Entretanto, aqui<br />

o caso é diferente; outrossim, esta passagem corrobora minha opinião,<br />

porque imediatamente ele adiciona seu significado: nada saber<br />

senão Cristo [cf. 2.2].<br />

7. De maneira que não vos venha faltar nenhum dom<br />

Ὑστερεισθαι significa estar em falta <strong>de</strong> algo que você realmente necessita.<br />

Portanto, Paulo quer dizer que os coríntios eram ricos em<br />

todos os dons <strong>de</strong> Deus, e <strong>de</strong>veras não careciam <strong>de</strong> nada. É como se<br />

dissesse: “O Senhor não só vos consi<strong>de</strong>rou dignos da luz do evangelho,<br />

mas também vos proveu ricamente <strong>de</strong> todas as graças que<br />

auxiliam os crentes a fazerem progresso no caminho da salvação.”<br />

Pois ele intitula dons [charismata] aquelas graças espirituais que<br />

são, por assim dizer, os meios <strong>de</strong> salvação para os santos. Em contrapartida,<br />

po<strong>de</strong>-se objetar que os crentes nunca são tão ricos que<br />

não se sintam carentes, em certa extensão, <strong>de</strong> graças, <strong>de</strong> modo que<br />

sempre se vêem forçados a ter “fome e se<strong>de</strong>” [Mt 5.6]. Pois, quem<br />

não está longe da perfeição? Minha resposta é a seguinte: visto que<br />

são suficientemente providos dos dons necessários, e sempre que<br />

estão necessitados, o Senhor vem oportunamente satisfazê-los,<br />

Paulo, pois, atribui-lhes tais riquezas. Pela mesma razão, ele acrescenta:<br />

“aguardando a manifestação”, significando que ele não está

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