20.05.2014 Views

Comentário de 1 Coríntios

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

116 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

Espírito. 2 Daí, a fim <strong>de</strong> restringir ao máximo sua insolência, ele<br />

lhes assevera que <strong>de</strong>viam ser contados entre aqueles que, havendo<br />

sido subjugados pelo senso da carne, não tinham a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> receber a sabedoria espiritual <strong>de</strong> Deus. Sem dúvida, ele amorteceu<br />

a aspereza <strong>de</strong> sua reprovação chamando-os <strong>de</strong> ‘irmãos’;<br />

porém, por mais que suavizasse a maneira franca <strong>de</strong> reprová-los,<br />

suas mentes estavam tão sufocadas pelas trevas da carne, que tal<br />

fato tornou-se um obstáculo à pura pregação entre eles. Como,<br />

pois, podia-se atribuir-lhes um juízo saudável, quando ainda não<br />

estavam dispostos e nem ainda preparados para ouvir? Paulo, porém,<br />

não preten<strong>de</strong> dizer que fossem completamente carnais, sem<br />

nem mesmo uma pequena fagulha do Espírito <strong>de</strong> Deus, mas que<br />

ainda se achavam tão saturados da mente carnal, que esta prevalecia<br />

contra o Espírito e, por assim dizer, extinguia sua luz. Ainda<br />

que não estivessem inteiramente sem a graça, todavia suas vidas<br />

possuíam muito mais da carne do que do Espírito, e esta é a razão<br />

por que os <strong>de</strong>nomina carnais. E isso é bastante claro à luz do<br />

que em seguida ele acrescenta, ou, seja, que os coríntios eram<br />

“criancinhas em Cristo” [pueros in Christo], pois não teriam sido<br />

criancinhas não tivessem eles sido gerados, e essa geração é proveniente<br />

do Espírito <strong>de</strong> Deus.<br />

Crianças em Cristo. Esta <strong>de</strong>scrição é às vezes usada num bom<br />

sentido, como, por exemplo, por Pedro, que nos roga para que sejamos<br />

como “crianças recém-nascidas” [1Pe 2.2]; e naquela afirmação<br />

<strong>de</strong> Cristo – “Quem não receber o reino <strong>de</strong> Deus como uma criança,<br />

<strong>de</strong> maneira alguma entrará nele” [Lc 18.17]. Entretanto, no presente<br />

caso, ele lhe atribui um sentido negativo, porque tem referência ao<br />

entendimento. Porquanto <strong>de</strong>vemos ser “crianças na malícia, mas não<br />

na mente” [Lc14.20]. Esta distinção aclara qualquer possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

haver aqui ambigüida<strong>de</strong>. Efésios 4.14 correspon<strong>de</strong> a isto: “Não sejamos<br />

meninos, levados por todo vento <strong>de</strong> doutrina, transformados<br />

2 “Combien qu’il n’y eust en eux aucune efficace <strong>de</strong> l’Esprit.” – “Ainda que não houvesse<br />

neles nenhuma eficácia do Espírito.”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!