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Comentário de 1 Coríntios

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Capítulo 7 • 235<br />

Paulo sabia como cada um é inclinado ao amor próprio e ávido a<br />

satisfazer seus próprios <strong>de</strong>sejos. Esta é a razão por que um esposo,<br />

tendo satisfeito sua paixão, não só negligencia sua esposa, mas ainda<br />

a <strong>de</strong>spreza. E são poucos os que às vezes não são surpreendidos<br />

pelo sentimento <strong>de</strong> aversão por suas esposas. É por essas razões que<br />

ele trata tão criteriosamente da obrigação mútua do matrimônio. É<br />

como se quisesse dizer: “Se em algum tempo penetrar na mente dos<br />

esposos o <strong>de</strong>sejo pela vida solitária, visto ser esta mais santa, ou<br />

porque são tentados por <strong>de</strong>sejos promíscuos, 6 lembrem-se <strong>de</strong> que<br />

estão obrigados por obrigação mútua. O homem é apenas a meta<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> seu corpo, e o mesmo se dá com a mulher. Eles não têm, portanto,<br />

a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolha, senão que, ao contrário, <strong>de</strong>vem manter-se<br />

limitados por estes pensamentos: em razão <strong>de</strong> um ser <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do<br />

apoio do outro, Deus nos uniu para vivermos juntos, <strong>de</strong> modo a auxiliarmos<br />

um ao outro. E assim, que cada um auxilie o outro em suas<br />

necessida<strong>de</strong>s; e nem aja cada um como se o outro <strong>de</strong>vesse satisfazer<br />

seu próprio gosto.”<br />

Exceto por mútuo consentimento. Ele requer “consentimento<br />

mútuo”, em primeiro lugar porque a questão não é simplesmente <strong>de</strong><br />

continência <strong>de</strong> uma das partes, mas <strong>de</strong> ambas. Imediatamente ele também<br />

adiciona duas outras exceções. A primeira é que só <strong>de</strong>ve ser feito<br />

temporariamente, visto que a continência não está em seu po<strong>de</strong>r. De<br />

outra forma, po<strong>de</strong>riam tentar <strong>de</strong> tudo para empreen<strong>de</strong>r mais do que<br />

seriam capazes, e assim cair nas malhas <strong>de</strong> Satanás. A segunda exceção<br />

é que não <strong>de</strong>vem abster-se do ato sexual como se a abstinência<br />

fosse em si mesma uma obra boa e santa, ou como se fosse um meio<br />

<strong>de</strong> cultuar a Deus; 7 mas para que sejam capazes <strong>de</strong> separar tempo para<br />

os empreendimentos <strong>de</strong> maior priorida<strong>de</strong>.<br />

Ora, ainda que Paulo houvera feito uma bem cuidadosa provisão<br />

neste sentido, Satanás, contudo, tinha a vantagem, ao ponto <strong>de</strong> con-<br />

6 “Ou qu’ils soyent tentez <strong>de</strong> se <strong>de</strong>baucher en paillardises.” – Ou são tentados a contaminar-se<br />

com prostitutas.”<br />

7 “Un seruice agreable à Dieu.” – “Um serviço agradável a Deus.”

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