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Comentário de 1 Coríntios

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488 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

bém das orações públicas. Se aquele que compõe e recita as orações<br />

em lugar do povo não for entendido pela assembléia, como o povo<br />

comum po<strong>de</strong>rá participar <strong>de</strong>las <strong>de</strong> maneira proveitosa e será capaz <strong>de</strong><br />

perceber no final que a oração inclui o que eles mesmos gostariam <strong>de</strong><br />

pedir? Porquanto o povo não estará tomando parte na oração a menos<br />

que todos estejam unidos <strong>de</strong> mente nos mesmos <strong>de</strong>sejos. A mesma<br />

observação se aplica à bênção, ou ações <strong>de</strong> graças a Deus.<br />

Não obstante, a expressão <strong>de</strong> Paulo revela 32 que um dos ministros<br />

repetia ou oferecia as orações em voz audível, e que toda a congregação<br />

seguia mentalmente o que o dirigente falava, até que chegasse ao<br />

término, quando todos eles – o que é correto – diziam amém, a fim <strong>de</strong><br />

notificar publicamente que as orações, feitas por um, eram <strong>de</strong> fato <strong>de</strong><br />

todos eles. 33 Sabe-se que a palavra hebraica para amém se <strong>de</strong>riva do<br />

mesmo termo do qual nos veio a palavra fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> ou veracida<strong>de</strong>. 34<br />

Portanto, ela indica a confirmação 35 não só daquilo que afirmamos na<br />

oração, mas também do que pedimos nela. 36 Além do mais, visto que<br />

os ju<strong>de</strong>us foram se familiarizando com a palavra através <strong>de</strong> uso prolongado,<br />

o resultado foi que ela passou <strong>de</strong>les [ju<strong>de</strong>us] para os gentios,<br />

e os gregos a usavam como se fosse parte <strong>de</strong> sua própria língua. Portanto,<br />

o termo tornou-se comum entre todas as nações. Paulo agora<br />

diz: “Se empregar<strong>de</strong>s na oração pública uma linguagem <strong>de</strong>sconhecida,<br />

que não seja entendida pelas pessoas incultas, em cuja presença estiver<strong>de</strong>s<br />

falando, ninguém participará <strong>de</strong> vossa oração, e vossa oração,<br />

32 “Signifie et presuppose.” – “Insinua e pressupõe.”<br />

33 Amém, ou Assim seja, era, entre os ju<strong>de</strong>us, usado pela congregação no final <strong>de</strong> uma<br />

oração ou bênção, para <strong>de</strong>notar seu assentimento ou apropriação do que uma pessoa<br />

pronunciara. Muitos exemplos <strong>de</strong>ssa prática ocorrem no Velho Testamento. Da sinagoga<br />

judaica este costume no culto, entre muitos outros, passou para a Igreja Cristã, na qual é<br />

ainda retido.<br />

34 A palavra a que Calvino se refere é ma (Amém), verda<strong>de</strong>. O termo ocorre em Isaías 65.16,<br />

ma yjla (Elohe Amen), o Deus da verda<strong>de</strong>.<br />

35 “Confirmation et approbation.” – “Confirmação e aprovação.”<br />

36 “Amém”, diz Witsius, em seu Dissertation on the Lord’s Prayer, “é uma partícula judaica<br />

que expressa tanto afeição forte quanto <strong>de</strong>sejo ar<strong>de</strong>nte. Lutero, com seu costumeiro estilo<br />

vívido, escreveu a Melancthon nos seguintes termos: ‘Eu oro por você, tenho orado<br />

e orarei, e não tenho dúvida <strong>de</strong> que serei ouvido, pois tenho o amém em meu coração’.”<br />

– Biblical Cabinet, vol. xxiv. p. 382.

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