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Comentário de 1 Coríntios

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330 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

veres da fé cristã; 35 pois é algo imensurável não nos <strong>de</strong>ixarmos distrair,<br />

na ignorância, por coisas que não nos levam a parte alguma.<br />

27. Mas golpeio meu corpo. 36 Budæus traduz: Observo (mantenho-me<br />

sob vigilância). Eu, porém, entendo que aqui o apóstolo faz<br />

uso do verbo ὑπωπιάζειν. 37 no sentido <strong>de</strong> “persistir no trabalho como<br />

um escravo”. 38 Pois ele está nos contando que não tem sido indulgente<br />

consigo mesmo, mas que tem reprimido seus <strong>de</strong>sejos. Isso não é possível<br />

a menos que se tenha o corpo sob controle, e que mantenha seus<br />

<strong>de</strong>sejos refreados, <strong>de</strong> modo que, como se faz a um corcel selvagem e<br />

indomável, seja ele reprimido e acostumado a obe<strong>de</strong>cer. Os monges<br />

<strong>de</strong> outrora, querendo sujeitar-se a esta norma, engendraram muitos<br />

exercícios disciplinares; pois costumavam dormir em bancos; obrigavam-se<br />

a manter excessivamente longas noites <strong>de</strong> vigília; e em seu<br />

modo <strong>de</strong> vida, guardavam-se limpos <strong>de</strong> toda luxúria. Todavia, omitiam<br />

o ponto principal, e não compreendiam a razão por que o apóstolo nos<br />

diz que fizéssemos isso, visto que tinham outro preceito em mente: “e<br />

nada disponhais para a carne, no tocante a suas concupiscências” [Rm<br />

13.14]. Porquanto o que Paulo diz em 1 Timóteo 4.8 sempre resulta<br />

bem, a saber: que “o exercício físico para pouco é proveitoso”. Não<br />

obstante, tratemos nosso corpo como se ele fosse um escravo, sim, a<br />

fim <strong>de</strong> não nos subtrairmos dos <strong>de</strong>veres da religião em razão <strong>de</strong> sua<br />

inerente concupiscência, porém façamos isso por uma outra razão ainda<br />

mais forte, ou, seja, não provocarmos sofrimento nem escândalos a<br />

outrem, ce<strong>de</strong>ndo a seus impulsos.<br />

Para que, tendo pregado a outros. Há quem explique estas palavras<br />

da seguinte maneira: “A fim <strong>de</strong> que, tendo ensinado a outrem<br />

35 “Toutes choses concernantes la piete et crainte <strong>de</strong> Dieu.” – “Todas as coisas que se relacionam<br />

com a pieda<strong>de</strong> e o temor <strong>de</strong> Deus.”<br />

36 Mais ie matte et reduy en seruitu<strong>de</strong> mon corps.” – “Mas eu mortifico meu corpo, e o trago<br />

em servidão.”<br />

37 Seu sentido original é golpear embaixo do olho, sendo composto <strong>de</strong> ὑπό (<strong>de</strong>baixo <strong>de</strong>) e<br />

ὤψ (o olho), <strong>de</strong>ixar roxo <strong>de</strong> pancada, como os lutadores costumavam fazer com a antiga<br />

manopla dos atletas. (Ver Arist. Pac. 541.)<br />

38 “Manier ru<strong>de</strong>ment et d’une façon seruile.” – “Manejar abruptamente e <strong>de</strong> uma maneira<br />

servil.”

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