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Comentário de 1 Coríntios

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342 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

secreta do Espírito Santo, o qual operava neles <strong>de</strong> tal maneira que a carne<br />

<strong>de</strong> Cristo, embora ainda não criada, tornou-se eficaz neles. Não obstante,<br />

sua intenção é dizer que comeram a sua própria maneira, que era diferente<br />

da nossa, 19 e, como já disse, que Cristo nos é agora comunicado mais<br />

plenamente em virtu<strong>de</strong> do maior grau <strong>de</strong> revelação. Porque, em nosso<br />

tempo, o comer é substancial [substantialis est manducatio], o que não era<br />

possível no tempo <strong>de</strong>les. Em outros termos, Cristo nos alimenta com sua<br />

carne, a qual foi sacrificada por nós, e que foi <strong>de</strong>stinada para ser nosso<br />

alimento, do qual extraímos nossa vida.<br />

5. Deus, porém, não se agradou <strong>de</strong> muitos <strong>de</strong>les. Agora percebemos<br />

a razão por que o apóstolo começa como faz, a saber: que não<br />

pretendamos ser, <strong>de</strong> alguma forma, inferiores ou superiores a eles,<br />

senão que procuremos andar em humilda<strong>de</strong> e temor. Porque esta é a<br />

única forma <strong>de</strong> assegurarmos a luz da verda<strong>de</strong>, no que respeita a nós,<br />

e uma infinita gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> graciosos favores não seja menosprezada.<br />

Diz Paulo: “Deus escolheu a todos eles como seu povo, porém muitos<br />

<strong>de</strong>les apostataram da graça. Portanto, estejamos em guarda para que o<br />

mesmo não nos suceda, quando temos aqui o procedimento <strong>de</strong>les apontando<br />

para nós; pois assim como Deus os puniu com terrível severida<strong>de</strong>,<br />

ele não nos <strong>de</strong>ixará impunes por termos o mesmo procedimento.”<br />

Aqui vem a lume outra objeção. “Se é verda<strong>de</strong> que os hipócritas<br />

e perversos, naquele tempo, comeram o pão espiritual, os incrédulos<br />

da atualida<strong>de</strong> participam da realida<strong>de</strong> nos sacramentos?” Alguns, temendo<br />

que os <strong>de</strong>screntes venham a afastar-se da verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus,<br />

ensinam que a realida<strong>de</strong> é recebida pelos ímpios juntamente com o<br />

sinal. Seu temor, porém, é completamente infundado, porquanto o Senhor<br />

oferece o que o sinal representa [figurat] ao digno e ao indigno<br />

igualmente, porém nem todos são capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfrutar da realida<strong>de</strong>.<br />

Ao mesmo tempo, não se muda a natureza do sacramento, nem se per<strong>de</strong><br />

coisa alguma <strong>de</strong> sua eficácia. No mesmo sentido, o maná, no que<br />

se refere a Deus, era alimento espiritual mesmo para os incrédulos;<br />

19 “D’vne autre façon et mesure que nous ne faisons pas.” – “De uma maneira e medida diferentes<br />

do que fazemos.”

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