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Comentário de 1 Coríntios

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500 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

do ao bem <strong>de</strong> todos.” Pois o termo todo aquele não <strong>de</strong>ve ser entendido<br />

em sentido universal, como se todos os homens fossem dotados com<br />

algum dom.<br />

27. Se alguém falar em outra língua. Ele agora <strong>de</strong>screve a or<strong>de</strong>m<br />

e limita a medida. “Se preten<strong>de</strong>is falar em outras línguas, que só<br />

falem dois, e, quando muito, não fale mais que três, e que haja concomitantemente<br />

um intérprete por perto. Sem um intérprete, as línguas<br />

são inúteis, e portanto <strong>de</strong>vem ser dispensadas.” Deve-se observar que<br />

o apóstolo não está promulgando um mandamento; simplesmente<br />

permite. Pois a Igreja po<strong>de</strong> subsistir sem línguas, sem enfrentar inconveniências,<br />

exceto on<strong>de</strong> elas se tornarem cooperadoras da profecia,<br />

como, por exemplo, o hebraico e o grego o são hoje. Paulo, porém,<br />

faz esta concessão para não <strong>de</strong>ixar a impressão <strong>de</strong> estar reprimindo a<br />

congregação dos fiéis na prática <strong>de</strong> algum dom do Espírito.<br />

Ao mesmo tempo, po<strong>de</strong> parecer como se houvesse aqui alguma<br />

inconsistência, uma vez que ele não disse previamente [v. 22] que as<br />

línguas, até on<strong>de</strong> são um sinal, são oportunas para os incrédulos. Minha<br />

resposta está fundamentada neste fato: ainda que um milagre seja<br />

realizado especialmente para o benefício dos incrédulos, disto não<br />

se segue que ele, em alguns aspectos, não afete também os crentes.<br />

Se levarmos em conta que uma língua <strong>de</strong>sconhecida é um sinal para<br />

os incrédulos, no sentido em que as palavras <strong>de</strong> Isaías 51 testificam,<br />

então o método que o apóstolo esboça aqui é diferente. Pois ele admite<br />

que se <strong>de</strong>ve dar espaço às línguas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que haja concomitante<br />

interpretação, <strong>de</strong>notando, naturalmente, que nada seja <strong>de</strong>ixado obscuro.<br />

Portanto, ao corrigir o erro dos coríntios, o apóstolo usa uma<br />

mistura bem equilibrada. De um lado, ele <strong>de</strong> forma alguma <strong>de</strong>scarta<br />

qualquer dom divino, qualquer que seja, 52 <strong>de</strong> modo que todos seus<br />

benefícios possam ser vistos entre os crentes. Do outro, ele impõe<br />

restrições para impedir que a ambição furtivamente tome o lugar que<br />

pertence à glória <strong>de</strong> Deus, e para evitar que algum dom menos impor-<br />

51 As palavras referidas são aquelas que Paulo citara supra no versículo 21.<br />

52 “Tant petit soit-il.” – “Mesmo que seja tão pequeno.”

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