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Comentário de 1 Coríntios

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264 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

falando como mero homem, mas como fiel mestre da Igreja e apóstolo<br />

<strong>de</strong> Cristo. Segundo seu costume, ele se <strong>de</strong>clara em dívida para com<br />

a misericórdia <strong>de</strong> Deus, 48 porquanto esta não é uma honra ordinária,<br />

senão que exce<strong>de</strong> a todos os méritos humanos. Daqui se faz evi<strong>de</strong>nte<br />

que, seja o que for que tenha sido introduzido na Igreja pela autorida<strong>de</strong><br />

humana, 49 não tem nada em comum com este conselho <strong>de</strong> Paulo.<br />

Além do mais, fiel aqui significa alguém que é leal à verda<strong>de</strong>, ou, seja,<br />

não apenas que cumpre piedosamente os <strong>de</strong>veres a ele impostos, mas<br />

também que se acha equipado com conhecimento para ensinar com<br />

pureza e fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>. Pois não basta que um mestre seja consciencioso,<br />

se ele também não for pru<strong>de</strong>nte e familiarizado com a verda<strong>de</strong>.<br />

26. Suponho, pois, que isto é bom. Embora eu traduza esta passagem<br />

<strong>de</strong> Paulo <strong>de</strong> forma diferenciada <strong>de</strong> Erasmo ou da Vulgata, não<br />

obstante o significado que dou é o mesmo <strong>de</strong>les. Eles divi<strong>de</strong>m as palavras<br />

<strong>de</strong> Paulo <strong>de</strong> tal forma que a mesma coisa se repete duas vezes.<br />

Em contrapartida, formo uma única proposição, e não <strong>de</strong>stituído <strong>de</strong><br />

autorida<strong>de</strong>, pois estou seguindo manuscritos antigos e confiáveis que<br />

trazem uma única proposição, com a divisão feita unicamente por uma<br />

vírgula. Assim, o significado é o seguinte: “Em via das ‘dificulda<strong>de</strong>s’<br />

[propter necessitatem] que sempre esmagam os santos nesta vida,<br />

acredito que a melhor solução é que todos usufruam da liberda<strong>de</strong> e<br />

vantagens do celibato, enquanto isso lhes for vantajoso.” Entretanto,<br />

alguns consi<strong>de</strong>ram dificulda<strong>de</strong>s [necessitatem] como um conceito<br />

aplicável especificamente aos próprios dias e geração do apóstolo,<br />

quando os crentes se vissem inevitavelmente envolvidos num gran<strong>de</strong><br />

volume <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s; mas, parece-me que em vez disso ele está se<br />

referindo às coisas preocupantes nas quais os crentes estão constan-<br />

48 A palavra original, ἠλεημένος, a qual tem ocasionado não poucas dificulda<strong>de</strong>s aos<br />

intérpretes, é engenhosamente entendida por Granville Penn, sem seu Supplemental Annotaations,<br />

como sendo uma variação dialética <strong>de</strong> ηλημενος, para ειλημενος, obrigado (<strong>de</strong><br />

ειλεω, obrigar), em cujo caso o significado seria este: “como alguém obrigado pelo Senhor<br />

a ser fiel.” Tomando a palavra neste prisma, a expressão é muito semelhante à que encontramos<br />

empregada pelo apóstolo num capítulo subseqüente <strong>de</strong>sta Epístola (1Co 9.16).<br />

49 “Du cerueau <strong>de</strong>s hommes.” – “Do cérebro humano.”

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