20.05.2014 Views

Comentário de 1 Coríntios

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Capítulo 15 • 579<br />

56. O aguilhão da morte é o pecado, ou, seja, “A morte não possui<br />

outra arma senão o pecado, com o qual nos fere, visto que a morte<br />

proce<strong>de</strong> da ira <strong>de</strong> Deus. Ora, Deus só está irado contra nosso pecados;<br />

<strong>de</strong>struamos, pois, o pecado, e a morte não mais será capaz <strong>de</strong> nos<br />

causar dano.” Isso está em harmonia com o que ele diz em Romanos<br />

[6.23], ou, seja: “O salário do pecado é a morte.” Não obstante, aqui<br />

ele usa outra metáfora, pois compara o pecado a um aguilhão, a única<br />

coisa com que a morte está equipada para infligir-nos um golpe fatal.<br />

Se ele for eliminado, então a morte fica <strong>de</strong>sarmada, e não po<strong>de</strong> mais<br />

infligir nenhum dano. Ora, com que intuito o apóstolo diz isso será<br />

explicado por ele antes <strong>de</strong> terminar.<br />

O po<strong>de</strong>r do pecado é a lei. É a lei <strong>de</strong> Deus que comunica a esse aguilhão<br />

[espinho ou ferrão] seu po<strong>de</strong>r mortal, porque ele não meramente<br />

<strong>de</strong>snuda nossa culpa, mas também a incrementa. A interpretação mais<br />

clara <strong>de</strong>sta expressão po<strong>de</strong> ser encontrada em Romanos [7.9], on<strong>de</strong><br />

Paulo nos mostra que estamos vivos enquanto vivemos sem a lei, porque,<br />

em nossa opinião, está tudo bem conosco, e não sentimos nossa<br />

miséria, até que a lei nos convoque a comparecer diante do tribunal<br />

<strong>de</strong> Deus, e dilacere nossa consciência com o senso <strong>de</strong> morte eterna.<br />

Além disso, ele ensina que o pecado ficou, em certo sentido, adormecido,<br />

porém foi <strong>de</strong>spertado pela lei, fazendo-o ainda mais ultrajante<br />

e arbitrário. Entretanto, ao mesmo tempo ele protesta contra a má<br />

compreensão da lei, afirmando que ela é santa e justa, e que em si<br />

mesma não é a geradora do pecado nem a causadora da morte. E assim<br />

sua conclusão é que a culpa <strong>de</strong> todo o mal que existe <strong>de</strong>ve ser<br />

encontrada em nossa própria porta, visto que por certo ela é produto<br />

da corrupção <strong>de</strong> nossa natureza. A lei, pois, só fornece os meios pelos<br />

quais o dano é feito; a causa real do sofrimento está em nós mesmos. A<br />

razão por que ele a chama, neste versículo, força ou po<strong>de</strong>r do pecado, é<br />

que ela evoca sobre nós o juízo divino. Ao mesmo tempo, ele não está<br />

negando que o pecado inflige a morte mesmo sobre aqueles que são<br />

ignorantes da lei, porém diz que, no caso <strong>de</strong>les, ele não é tão violento<br />

no exercício <strong>de</strong> seu domínio escravizante. Porque a lei veio para que

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!