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Comentário de 1 Coríntios

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Capítulo 4 • 159<br />

houver <strong>de</strong> excelência no gênero humano, não é implantado nele pela<br />

natureza, <strong>de</strong> modo que a mesma não po<strong>de</strong> ser atribuída à natureza<br />

nem à hereditarieda<strong>de</strong>, nem é obtida por nosso livre-arbítrio, ao ponto<br />

<strong>de</strong> pôr Deus sob obrigação [para conosco], mas emana unicamente <strong>de</strong><br />

sua misericórdia, a qual é absoluta e imerecida. Pois não po<strong>de</strong> haver<br />

dúvida <strong>de</strong> que Paulo aqui contrasta a graça <strong>de</strong> Deus com o mérito ou a<br />

dignida<strong>de</strong> dos homens. 24<br />

E o que tens tu? Esta é uma confirmação da afirmação prece<strong>de</strong>nte,<br />

porquanto o homem nada possui que lhe forneça base para<br />

exaltar-se, o qual não possui superiorida<strong>de</strong> acima <strong>de</strong> outros. Pois que<br />

maior vaida<strong>de</strong> existe do que a ostentação sem qualquer base para<br />

sua existência? Ora, não existe um sequer que possua inerentemente<br />

alguma excelência, que o faça superior; portanto, quem quer que se<br />

ponha num nível superior aos <strong>de</strong>mais é um mero idiota e impertinente.<br />

A genuína base da modéstia cristã é esta: <strong>de</strong> um lado, não ser<br />

presumido, porquanto sabemos que somos vazios e <strong>de</strong>stituídos do<br />

que é bom, isto é, que ele tenha implantado em nós algo que seja<br />

inerentemente bom; e, do outro, por esta razão, somos tanto mais<br />

<strong>de</strong>vedores à divina graça. Em outros termos, não existe em nós nada<br />

que seja propriamente nosso.<br />

Por que te glorias, como se não o tivesses recebido? Observe-se<br />

que não é <strong>de</strong>ixada nenhuma base para a vanglória radicar-se em nós,<br />

visto que é pela graça <strong>de</strong> Deus que somos o que somos [1Co 15.10]. E<br />

isso é o que tivemos no primeiro capítulo, ou, seja, que Cristo é a fonte<br />

<strong>de</strong> todas nossas bênçãos, para que aprendamos a gloriar-nos no Senhor<br />

[1Co 1.30], e isso só fazemos quando renunciamos nossa própria vanglória.<br />

Porquanto Deus só nos dá o que é seu quando nos esvaziamos,<br />

para que seja plenamente evi<strong>de</strong>nte que tudo o que em nós é digno <strong>de</strong><br />

louvor é <strong>de</strong>rivado.<br />

8. Já estais fartos. Tendo diretamente, e sem o uso <strong>de</strong> qualquer<br />

figura, refreado a infundada confiança dos coríntios, ele agora também<br />

24 “Comme estans choses contraires.” – “Como sendo coisas opostas.”

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