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Comentário de 1 Coríntios

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178 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

escolha que porventura ele lhes houvesse dado, pois <strong>de</strong>clara que não<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>de</strong> si mesmo ser manso e gentil com eles, senão que está<br />

se vendo forçado a usar <strong>de</strong> severida<strong>de</strong> por culpa <strong>de</strong>les. Diz ele: “É para<br />

que <strong>de</strong>cidis com que temperamento eu vou encontrar-vos. Quanto a<br />

mim, estou preparado para ser manso. Mas se continuar<strong>de</strong>s a proce<strong>de</strong>r<br />

como vin<strong>de</strong>s fazendo, o jeito é usar a vara.” Assim, ele se coloca<br />

numa posição mais consistente <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> evocar sobre si a autorida<strong>de</strong><br />

paterna; pois teria sido ridículo iniciar com uma advertência como<br />

esta, caso não tivesse antes aberto o caminho para si, com o que disse,<br />

e os preparado para nutrirem temor.<br />

Pelo termo vara ele indica aquela autorida<strong>de</strong> disciplinar com<br />

que um pastor <strong>de</strong>ve corrigir os erros <strong>de</strong> seu povo. Em confronto com<br />

isso ele põe amor (caritatem) e espírito <strong>de</strong> mansidão, não porque o<br />

pai tenha aversão pelos filhos a quem reprova (pois, do contrário, a<br />

correção não seria oriunda do amor), mas porque, através <strong>de</strong> uma expressão<br />

facial sombria e palavras ásperas, ele assume ares como se<br />

estivesse irado com seu filho. Para o expressar com mais clareza, não<br />

importa que expressão use, um pai sempre ama seu filho, porém revela<br />

esse amor ensinando-o <strong>de</strong> maneira serena e amável; mas quando se vê<br />

aborrecido com os pecados do filho e o corrige com palavras ásperas,<br />

ou mesmo com a vara, então assume o papel <strong>de</strong> uma pessoa irada.<br />

Portanto, visto que o amor fica oculto quando a disciplina severa é<br />

aplicada, Paulo está plenamente certo ao relacionar amor com espírito<br />

<strong>de</strong> mansidão. Alguns intérpretes tomam vara aqui como significando<br />

excomunhão. No que me diz respeito, ainda que concor<strong>de</strong> com eles<br />

que a excomunhão seja parte daquela severida<strong>de</strong> com que Paulo ameaça<br />

os coríntios, ao mesmo tempo a estendo mais amplamente a todas<br />

as reprovações <strong>de</strong> natureza mais severa.<br />

Observa-se aqui qual o padrão <strong>de</strong> comportamento que um bom<br />

pastor <strong>de</strong>ve seguir, pois ele <strong>de</strong>ve estar mais disposto a ser <strong>de</strong>licado<br />

a fim <strong>de</strong> atrair pessoas para Cristo do que a sucumbi-las com <strong>de</strong>masiada<br />

energia. Ele <strong>de</strong>ve manter essa docilida<strong>de</strong> até on<strong>de</strong> for possível,<br />

e não lançar mão da severida<strong>de</strong> a menos que a isso seja forçado. Mas

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