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Comentário de 1 Coríntios

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Capítulo 9 • 313<br />

que não repete esperança duas vezes na segunda sentença parece<br />

mais simples e mais natural. 8 Portanto, senti-me livre para escolher, e<br />

po<strong>de</strong>ria ter preferência pela redação nestes termos: “Aquele que lavra<br />

<strong>de</strong>ve lavrar com esperança; e aquele que <strong>de</strong>bulha, com esperança <strong>de</strong><br />

participar.” Não obstante, visto que quase todos os manuscritos concordam<br />

em seguir a primeira redação, e o significado não é afetado,<br />

não pretendi separar-me <strong>de</strong>la.<br />

Entretanto, Paulo se põe a explicar o mandamento citado no versículo<br />

9, e nesta conexão diz que seria injusto que o lavrador exerça<br />

seu trabalho <strong>de</strong> aradura e <strong>de</strong> <strong>de</strong>bulha infrutiferamente, senão que todo<br />

o objetivo <strong>de</strong> seu labor é sua esperança <strong>de</strong> recolher os frutos. Nesse<br />

caso, é correto inferir que isso se aplica igualmente aos bois; mas a intenção<br />

<strong>de</strong> Paulo é esten<strong>de</strong>r-se mais e fazê-lo aplicável particularmente<br />

aos homens. Ora, diz-se que o lavrador “participa <strong>de</strong> sua esperança”<br />

quando <strong>de</strong>sfruta do que produz, do produto <strong>de</strong> sua colheita, o qual<br />

certamente esperava enquanto lavrava [a terra].<br />

11. Se vos semeamos as coisa espirituais. Restava ainda uma área<br />

para a cavilação. Pois alguém po<strong>de</strong>ria alegar que toda obra relativa à<br />

vida, neste mundo, será <strong>de</strong>finitivamente recompensada com alimento e<br />

vestuário; que a aradura e a <strong>de</strong>bulha produzem retorno do qual participam<br />

os que realmente trabalham; mas que o evangelho faz parte <strong>de</strong> uma<br />

categoria completamente distinta, pois seu fruto é espiritual; e assim o<br />

ministro da Palavra, caso queira receber o fruto que corresponda a seu<br />

labor, não <strong>de</strong>ve receber coisa alguma material. Assim, na hipótese <strong>de</strong><br />

surgir alguém com tal cavilação, o argumento <strong>de</strong> Paulo é do maior para<br />

o menor. Po<strong>de</strong>ria ter expresso assim: “Embora o alimento e o vestuário<br />

pertençam a uma categoria distinta da obra que o ministro realiza, não<br />

obstante, qual é o problema se tu estás pagando por algo que está acima<br />

8 A redação comum é καί ὁ ἀλοω̑ν τη̑ς ἐλπίδος αὐτου̑ μετέχειν επ ̓ ελπίδι: e aquele que <strong>de</strong>bulha<br />

em esperança seria um participante <strong>de</strong> sua esperança. Na outra redação, as palavras επ ̓<br />

ελπίδι (em esperança) são omitidas. A última é a redação em cinco manuscritos antigos,<br />

e a última, em três. A redação comum é construída por Bloomfield, como segue: καὶ ὁ<br />

ἀλοω̑ν (ὀφείλει ἀλον) επ ̓ ἐλπίδι (του̑) μετέχειν τη̑ς ελπίδος αὐτου̑. “E aquele que <strong>de</strong>bulha <strong>de</strong>ve<br />

<strong>de</strong>bulhar na esperança <strong>de</strong> participar <strong>de</strong> (os frutos <strong>de</strong>) sua esperança.”

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