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Comentário de 1 Coríntios

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352 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

rém, tem por infalíveis os princípios sobre os quais todos os crentes<br />

<strong>de</strong>vem estar <strong>de</strong> acordo, ou, seja, que nada foi registrado nas Escrituras<br />

que não nos seja vantajoso sabermos.<br />

Sobre quem os fins dos tempos têm chegado. O termo fins<br />

[τέλη] às vezes significa mistérios, 39 e é provável que este significado<br />

se ajuste melhor neste versículo. Não obstante, sigo a interpretação<br />

aceita, visto ser mais simples. Paulo diz, pois, que os fins [terminos]<br />

<strong>de</strong> todas as eras chegou sobre nós, porque a plenitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> todas as<br />

coisas é congruente com esta presente era, visto que já atingimos<br />

os últimos tempos. Pois o reino <strong>de</strong> Cristo é o alvo especial para o<br />

qual a Lei e todos os Profetas olhavam. Além disso, esta <strong>de</strong>claração<br />

<strong>de</strong> Paulo se põe em conflito com a idéia popular <strong>de</strong> que Deus foi<br />

mais inflexível durante o antigo Concerto, estava sempre em guarda<br />

e pronto a punir as ofensas, mas que agora se tornou mais sensível<br />

e muito mais disposto a perdoar-nos. E, com disposição semelhante,<br />

estabelece que estamos sob a lei da graça, porque temos agora um<br />

Deus que é muito mais facilmente conciliável do que aquele conhecido<br />

dos homens <strong>de</strong> outrora. Entretanto, o que Paulo está realmente<br />

dizendo? Se Deus infligiu castigo aos antigos, ele não nos <strong>de</strong>ixará impunes<br />

em coisa alguma. Longe <strong>de</strong> nós uma visão tão equivocada, ou,<br />

seja, que Deus é agora mais frouxo em punir os pecados! Por certo<br />

que <strong>de</strong>vemos reconhecer que a bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus foi <strong>de</strong>rramada sobre<br />

a humanida<strong>de</strong> muito mais gloriosa e ricamente com a vinda <strong>de</strong><br />

Cristo; mas, que isso tem a ver com a impunida<strong>de</strong> dos dissolutos que<br />

abusam <strong>de</strong> sua graça? 40<br />

A única coisa que se <strong>de</strong>ve observar é esta: que hoje existe um<br />

tipo distinto <strong>de</strong> punição, porque, como Deus galardoou a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

outrora mais com bênção material, com o fim <strong>de</strong> pôr seu amor paterno<br />

39 O termo é aplicado, neste sentido, mais especialmente aos mistérios eleusianos, os quais<br />

eram chamados τὰ μεγάλα τέλη – os gran<strong>de</strong>s mistérios. Platão, República 560 E. Ver também<br />

Eurípe<strong>de</strong>s, Med. 1379.<br />

40 “Dequoy sert cela pour prouuer que les meschans, et ceux qui abusent <strong>de</strong> la grace <strong>de</strong><br />

Dieu <strong>de</strong>meureront impunis?” – “De que uso é este para impedir que os ímpios e os que<br />

abusam da graça <strong>de</strong> Deus sejam punidos?”

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