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Comentário de 1 Coríntios

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Capítulo 11 • 403<br />

Portanto, recorro a esta fonte única.” 57 Por isso, quando voltamos nossas<br />

costas às normas que os homens engendram, então a autorida<strong>de</strong><br />

exclusiva <strong>de</strong> Cristo permancece inabalável.<br />

Na noite em que ele foi traído. A referência à ocasião nos lembra<br />

que o propósito do sacramento é que sejamos confirmados na bênção<br />

que a morte <strong>de</strong> Cristo confere. Porque o Senhor po<strong>de</strong>ria ter confiado<br />

este selo do pacto 58 aos discípulos em alguma ocasião anterior, porém<br />

aguardou o tempo <strong>de</strong> seu sacrifício, para que os apóstolos não tivessem<br />

que esperar muito a fim <strong>de</strong> verem que o que ele prefigurava no<br />

pão e no vinho realmente se cumpria em seu corpo.<br />

Se alguém inferir disto que então <strong>de</strong>vemos celebrar a Ceia à noite,<br />

e após comer a refeição ordinária, respondo que, quando olhamos<br />

para os atos <strong>de</strong> nosso Senhor, <strong>de</strong>vemos consi<strong>de</strong>rar o que ele pretendia<br />

que fizéssemos. O fato é que ele não tinha nenhuma intenção <strong>de</strong> ministrar-lhes<br />

instrução sobre ritos noturnos, semelhantes aos <strong>de</strong> Ceres, 59 e<br />

nem pretendia convidar seu povo para sua festa espiritual após terem<br />

comido uma refeição substanciosa. Não somos solicitados a imitar tais<br />

atos <strong>de</strong> Cristo, como da mesma forma não <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados<br />

pertencentes a sua instituição. 60 Esta é a razão por que não há dificulda<strong>de</strong><br />

em se refutarem os astutos argumentos dos papistas, por meio<br />

dos quais eles se esquivam 61 do que eu disse sobre reter e preservar o<br />

que Cristo realmente instituiu, e somente isso. “Portanto”, dizem eles,<br />

“só receberemos a Ceia do Senhor à noite, e após termos tomado a<br />

refeição, nunca em jejum.” Tal discurso, digo eu, é um <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong><br />

57 Nosso autor parece referir aqui ao que dissera previamente, quando comenta 1 Coríntios<br />

4.1, quanto ao <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> incumbir nas administrações dos mistérios <strong>de</strong> Deus.<br />

58 “Car le Seigneur pouuoit bien quelque temps <strong>de</strong>uant ordonner à ses Apostres<br />

l’obsedruation <strong>de</strong> ce Sacrement.” – “Pois o Senhor po<strong>de</strong>ria ter, em alguma ocasião prévia,<br />

incumbido seus apóstolos à observância <strong>de</strong>ste Sacramento.”<br />

59 “Vne ceremonie, qui ne peust faire que <strong>de</strong> nuit, comme les Payens auoyent la feste <strong>de</strong><br />

Ceres.” – “Uma cerimônia que só podia ser observada à noite, como os pagãos que<br />

mantinham o festival <strong>de</strong> Ceres.” O tempo em que o festival era celebrado estava em concordância<br />

com o sigilo peculiar com que seus ritos eram observados.”<br />

60 “Pour partie, ou <strong>de</strong> la substance <strong>de</strong> son institution.” – “Como uma parte <strong>de</strong> sua instituição,<br />

ou da essência <strong>de</strong>la.”<br />

61 “Ils se mocquent.” – “eles escarnecem.”

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