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Comentário de 1 Coríntios

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526 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

nele, ou se ele proce<strong>de</strong>u assim numa confissão inteiramente extraída<br />

<strong>de</strong> seu próprio arbítrio. Quanto a mim, embora eu não tenha dúvida<br />

<strong>de</strong> que ele em todo tempo estava espontâneamente, e também alegremente,<br />

disposto a aviltar-se, para que pu<strong>de</strong>sse magnificar a graça <strong>de</strong><br />

Deus, contudo suspeito que nestes caso ele queria obviar calúnias.<br />

Em Corinto havia pessoas que se ocupavam <strong>de</strong> minar sua autorida<strong>de</strong>,<br />

falando maliciosamente contra ele. Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>duzir tal fato das<br />

muitas passagens prece<strong>de</strong>ntes, e também <strong>de</strong> uma comparação que ele<br />

introduz um pouco mais adiante, o que jamais faria se não fora forçado<br />

a assim fazer pela perversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> algumas pessoas. Ele po<strong>de</strong>ria ter<br />

posto assim: “Insultai-me tanto quanto vos agra<strong>de</strong>, eu não me importarei<br />

<strong>de</strong> ser lançado mesmo abaixo do próprio pó; não me importarei<br />

<strong>de</strong> ser tido na conta <strong>de</strong> nulida<strong>de</strong>, 23 para que a benevolência divina para<br />

comigo esteja em muito maior evidência. Portanto, que eu seja consi<strong>de</strong>rado<br />

como o menor dos apóstolos; na verda<strong>de</strong> tenho consciência<br />

<strong>de</strong> nem mesmo merecer tal distinção. Pois que méritos tive eu para<br />

que fosse digno 24 <strong>de</strong> tal honra? Quando costumava perseguir a Igreja<br />

<strong>de</strong> Deus, o que então merecia? Mas não há razão para me julgar<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

acordo com minha própria dignida<strong>de</strong>, pois o Senhor não olhou para o<br />

que eu era, porém, por sua graça, me transformou completamente em<br />

outro homem.”<br />

Eis a suma <strong>de</strong> tudo: Paulo não recusa ser o menos digno <strong>de</strong> todos,<br />

na verda<strong>de</strong> quase uma nulida<strong>de</strong>, contanto que, ao ser assim<br />

consi<strong>de</strong>rado, não constituísse, no mínimo grau, um obstáculo ao seu<br />

ministério, e nem prejudicasse absolutamente sua doutrina. Ele se sente<br />

plenamente satisfeito em seu íntimo ao ser consi<strong>de</strong>rado indigno <strong>de</strong><br />

qualquer honra, contanto que pu<strong>de</strong>sse enaltecer seu apostolado em<br />

razão da graça que lhe fora concedida. E Deus certamente não o adornou<br />

com dons tão excelentes para que sua graça fosse sepultada ou<br />

negligenciada; seu propósito, porém, era tornar o apostolado <strong>de</strong> Paulo<br />

mais eminente e mais confiável possível.<br />

23 “Estre estimé moins que rien.” – “Ser estimado menos que nada.”<br />

24 “Par ma petite et basse condition.” – “Por minha ínfima e humil<strong>de</strong> condição.”

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