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Comentário de 1 Coríntios

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Capítulo 6 • 215<br />

ciona a palavra τινὲς (algum). Mas sou antes <strong>de</strong> opinião que é mais<br />

provável o apóstolo estar falando <strong>de</strong> todos eles. Realmente consi<strong>de</strong>ro<br />

esta palavra (alguns) como sendo supérflua, em consonância com a<br />

prática dos gregos que às vezes faziam uso <strong>de</strong>la para efeito <strong>de</strong> ornamento,<br />

mas não como um termo <strong>de</strong> restrição. Todavia, não <strong>de</strong>vemos<br />

entendê-lo como se quisesse dizer que todos se acham envolvidos,<br />

como um todo, como se quisesse atribuir a cada um <strong>de</strong>les todos esses<br />

vícios. Ele, porém, <strong>de</strong>seja apenas realçar que ninguém está livre<br />

<strong>de</strong>sses males enquanto não experimentar o novo nascimento operado<br />

pelo Espírito. Pois <strong>de</strong>vemos crer que a natureza humana universalmente<br />

contém a semente <strong>de</strong> todos os males, senão que alguns vícios<br />

prevalecem e se revelam mais em algumas pessoas do que em outras,<br />

à medida que o Senhor põe diante <strong>de</strong> nossos olhos a <strong>de</strong>pravação da<br />

carne realçada por seus frutos.<br />

É por isso que no primeiro capítulo <strong>de</strong> sua Epístola aos Romanos<br />

Paulo cataloga diferentes tipos <strong>de</strong> vícios e crimes, os quais são<br />

oriundos do fato <strong>de</strong> o homem ignorar a Deus e daquela ingratidão<br />

da qual ele <strong>de</strong>monstrou que todos os <strong>de</strong>screntes são culpados [Rm<br />

1.21-32]; não que cada <strong>de</strong>scrente esteja infectado por todos esses<br />

vícios, mas porque todos são vulneráveis aos mesmos, e ninguém<br />

está isento <strong>de</strong> todos eles. Porquanto a pessoa que não é culpada <strong>de</strong><br />

adultério, peca <strong>de</strong> alguma outra forma. Assim também, no terceiro<br />

capítulo, ele faz com que esses textos se refiram universalmente a<br />

todos os filhos <strong>de</strong> Adão: “sua garganta é sepulcro aberto; seus pés<br />

são velozes para <strong>de</strong>rramar sangue; sua língua é enganosa e peçonhenta”<br />

[Rm 3.13-15]. Não que todos sejam sanguinários e cruéis;<br />

que todos sejam traiçoeiros e maldizentes; mas que, antes <strong>de</strong> se<br />

transformarem em novas criaturas, pela ação divina, um tem a tendência<br />

para a cruelda<strong>de</strong>, o outro para a traição; este para a luxúria<br />

e aquele outro para a falsida<strong>de</strong>. A conclusão é que não há um sequer<br />

em quem não exista alguma evidência da corrupção comum a<br />

todos. Realmente todos nós, como se fôssemos um só ser, estamos,<br />

por uma predisposição interior e secreta da mente, sujeitos a todos

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