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Comentário de 1 Coríntios

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290 • Comentário <strong>de</strong> 1 Coríntios<br />

epístola [5.17], ou, seja: “Se alguém está em Cristo, é nova criatura<br />

[criação]” [2Co 5.17]. Com isso Paulo quer dizer que, sem o Espírito <strong>de</strong><br />

regeneração, tudo mais, não importa quão excelente aparentemente<br />

seja, é sem valor. “Ser conhecido <strong>de</strong> Deus” significa simplesmente estar<br />

<strong>de</strong> posse <strong>de</strong> certa condição, ou, seja, achar-se incluído no número<br />

<strong>de</strong> seus filhos. E assim ele exclui todos os orgulhosos do livro da vida<br />

[Fp 4.3] e do rol dos piedosos.<br />

4. No tocante, pois, ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos.<br />

Ele agora volta à afirmação com a qual começara o capítulo, e expõe<br />

<strong>de</strong> maneira mais explícita a justificativa que os coríntios apresentavam.<br />

Pois como toda a conturbação tinha sua origem no fato <strong>de</strong> que eles<br />

agradavam a si mesmos e miravam com <strong>de</strong>sdém os <strong>de</strong>mais, Paulo con<strong>de</strong>nou,<br />

em termos gerais, aquele conhecimento que é <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhoso e não<br />

sazonado com amor. Entretanto, agora ele chega ao ponto, explicando<br />

especificamente o gênero <strong>de</strong> conhecimento que era a motivação do<br />

envai<strong>de</strong>cimento <strong>de</strong>les. Eis o argumento <strong>de</strong>les: “Um ídolo não passa <strong>de</strong><br />

mera invenção da mente humana, e, por essa razão, <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado<br />

como não existente. Segue-se ser absurda, imaginária e irracional a<br />

consagração efetuada no nome <strong>de</strong> um ídolo. Portanto, o cristão que não<br />

nutre nenhum respeito pelo ídolo, e ainda come da comida a ele oferecida,<br />

não se torna impuro.” Esta é a suma da justificativa <strong>de</strong>les, e Paulo<br />

não <strong>de</strong>scarta o que dizem como se fosse falso, pois <strong>de</strong> fato há aqui um<br />

valioso ensino, porém o rejeita porque estavam fazendo mau uso <strong>de</strong>le,<br />

ou, seja, viviam em oposição ao amor [fraternal].<br />

Quanto às palavras, eis a tradução <strong>de</strong> Erasmo: “Um ídolo que<br />

não tem existência” [nullum est simulacrum]. Quanto a mim, prefiro<br />

a tradução da Vulgata: Um ídolo não é nada [nihil]. Pois o raciocínio<br />

é o seguinte: um ídolo não é nada, visto não existir senão um único<br />

Deus. Pois uma coisa <strong>de</strong>duz-se inevitavelmente da outra: se não existe<br />

nenhum outro Deus além <strong>de</strong> nosso Deus, então um ídolo não passa<br />

<strong>de</strong> uma fútil fantasia e uma mera inexistência. Quando Paulo diz: “e<br />

não existe senão um só Deus”, ele toma causalmente a partícula ‘e’<br />

no sentido <strong>de</strong> ‘porque’. Pois a razão por que um ídolo não significa

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