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Comentário de 1 Coríntios

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Capítulo 3 • 123<br />

impeça a Deus <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r ele implantar fé nas pessoas dormentes, caso<br />

ele o queira, sem qualquer auxílio humano. Ele, porém, o <strong>de</strong>terminou<br />

<strong>de</strong> outra maneira, a saber, que a fé nasce do ouvir. Portanto, a pessoa<br />

que se sente segura <strong>de</strong> que po<strong>de</strong> receber fé, <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando esses<br />

meios, age precisamente como se os agricultores, <strong>de</strong>sistindo do arado,<br />

negligenciando a semeadura e abandonando todo o cultivo, abrissem<br />

sua boca e esperassem a comida cair do céu nela.<br />

Descobrimos agora o que Paulo tem em mente com referência à<br />

incessante 15 pregação da Palavra. Certamente que a semeadura não<br />

bastará se a semente não for assessorada pelo freqüente uso <strong>de</strong> outros<br />

agentes corroborantes. Portanto, aquele que já recebeu a semente ainda<br />

precisa regar, e não <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>sistir até que tenha atingido a plenitu<strong>de</strong><br />

do <strong>de</strong>senvolvimento; em outros termos, até o fim <strong>de</strong> sua vida [terrena].<br />

De Apolo, pois, que suce<strong>de</strong>u Paulo no ministério da Palavra em<br />

Corinto, diz-se ter regado o que Paulo semeara.<br />

7. Nem o que planta é alguma coisa. É evi<strong>de</strong>nte, à luz do que ficou<br />

expresso, que a obra <strong>de</strong>les [os ministros] não é <strong>de</strong> modo algum insignificante.<br />

Por isso é preciso que entendamos a razão por que a <strong>de</strong>precia<br />

como fez. Aliás, antes <strong>de</strong> tudo é preciso observar que ele costumava<br />

discorrer <strong>de</strong> duas maneiras sobre os ministros, 16 como também sobre os<br />

sacramentos. Porque às vezes ele fala <strong>de</strong> um ministro como alguém or<strong>de</strong>nado<br />

pelo Senhor, no primeiro caso regenerando as almas, e no segundo<br />

para alimentá-las visando à vida eterna, à remissão <strong>de</strong> pecados, à renovação<br />

das mentes humanas, ao estabelecimento do reino <strong>de</strong> Cristo e à<br />

<strong>de</strong>struição <strong>de</strong> Satanás. Conseqüentemente, Paulo <strong>de</strong>signa o ministro não<br />

só com o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> plantar e regar, mas também o mune com o po<strong>de</strong>r do<br />

Espírito Santo para que seu labor não venha a ser improdutivo. Assim, 17<br />

em outra passagem [2Co 3.6], ele o chama ministro do Espírito, e não da<br />

letra, já que ele imprime a Palavra do Senhor nos corações dos homens.<br />

15 Nosso autor se refere àquilo para o qual ele, um pouco antes, chamara a atenção (p. 104)<br />

quanto à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a palavra <strong>de</strong> Deus continuar sendo administrada.<br />

16 Po<strong>de</strong>remos encontrar Calvino chamando a atenção para o mesmo tema em extensão consi<strong>de</strong>rável,<br />

ao comentar 1 Coríntios 9.1.<br />

17 “Suyuant ceste consi<strong>de</strong>ration.” – “De acordo com este ponto <strong>de</strong> vista.”

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