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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> em discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

lapso temporal posterior. A ancoragem a ME é reforça<strong>da</strong> no último enunciado (113a) pelo<br />

recurso ao adverbial “neste momento” e pelo monema “já”, o que lhe confere valor<br />

iterativo, apontando para uma <strong>de</strong>limitação posterior do intervalo temporal que, mesmo<br />

assim, se sobrepõe parcialmente a ME em sentido lato. O predicado “tem alimentado”<br />

(exemplo 150), por ser um evento, inclui uma leitura <strong>de</strong> iterativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, enquanto que no<br />

enunciado 22, por se tratar <strong>de</strong> um estado faseável, seria necessário um adverbial para lhe<br />

conferir esse mesmo valor. Concluímos, por isso, que o valor <strong>de</strong> iterativi<strong>da</strong><strong>de</strong> do PPC é<br />

altamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong>s relações estabeleci<strong>da</strong>s pelo contexto e pelo tipo aspectual do<br />

predicado. No entanto, a sua leitura aspectual <strong>de</strong> imperfectivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, bem como a sua<br />

interpretação temporal <strong>de</strong>correm <strong>de</strong> uma ancoragem directa a ME, que dificilmente nos<br />

permite consi<strong>de</strong>rá-lo pretérito nem vali<strong>da</strong>r a sua perfectivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Tendo em conta as<br />

dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>limitação semântico-temporal do PPC e as incongruências advenientes<br />

<strong>da</strong> sua <strong>de</strong>signação face à interpretação a que se presta, o PPC é um tempo cuja<br />

interpretação não é linear em contexto <strong>de</strong> discurso indirecto. O facto <strong>de</strong> <strong>de</strong>signar um<br />

intervalo temporal que se inicia no passado, mas se prolonga até ME e o inclui, justifica a<br />

utilização <strong>de</strong> PRInd na oração subordinante, por <strong>de</strong>signar aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> contínua, quando<br />

PPC é o verbo introdutório. Por outro lado, em contexto <strong>de</strong> discurso citado, o PPC articula-<br />

se com PPS na oração subordinante e sua manutenção <strong>de</strong>ve-se ao facto <strong>de</strong> fornecer uma<br />

informação semântico-temporal, que mais nenhum tempo verbal permite, e que é váli<strong>da</strong> em<br />

ME e MEO, logo há manutenção <strong>da</strong> forma verbal <strong>de</strong> DD para DI, o que é uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> contínua.<br />

2.3.7. O PMPS no DI<br />

2.3.7.1. Consi<strong>de</strong>rações Iniciais<br />

90<br />

Aquando <strong>da</strong> análise <strong>da</strong>s ocorrências do PMPC no DI, referimos a equivalência<br />

semântico-temporal entre as formas simples e compostas do mais-que-perfeito, atesta<strong>da</strong><br />

pela consulta <strong>da</strong> bibliografia e comprova<strong>da</strong> pela análise do corpus que tomamos em<br />

consi<strong>de</strong>ração neste trabalho investigativo. Recuperemos a noção <strong>de</strong> que o mais-que-perfeito<br />

tem um valor retrospectivo, ou seja, configura intervalos <strong>de</strong> tempo circunscritos tendo como<br />

ponto referencial um evento passado, anterior ao ME que cita e que se consubstancia no

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