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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> em discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

cinco parâmetros. O primeiro é a referência a intervalos temporais posteriores a ME, e<br />

quatro outros empregos que remetem para uma interpretação mo<strong>da</strong>l, a saber: a expressão <strong>de</strong><br />

incerteza sobre factos passados, enquanto forma poli<strong>da</strong> <strong>de</strong> presente (única utilização em que<br />

o FP remete para uma ancoragem directa a ME, ain<strong>da</strong> que com valor mo<strong>da</strong>l), em frases<br />

interrogativas ou exclamativas para <strong>de</strong>notar surpresa ou indignação ou em orações<br />

condicionais para mencionar factos não realizados e eventualmente não realizáveis. Não<br />

obstante os autores fun<strong>da</strong>mentam <strong>da</strong> seguinte a sua opção quanto à classificação do FP<br />

como tempo:<br />

94<br />

A Nomenclatura Gramatical Brasileira eliminou a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> MODO<br />

CONDICIONAL para o FUTURO DO PRETÉRITO. (…) <strong>de</strong>cidimos optar pelo seu<br />

emprego nesta obra porque, em nossa opinião, se trata, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> um tempo (e não <strong>de</strong><br />

um modo) que só se diferencia do FUTURO DO PRESENTE por se referir a factos<br />

passados, ao passo que o último se relaciona com factos presentes. E acrescente-se que<br />

ambos aparecem nas asserções condiciona<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo o emprego <strong>de</strong> um ou <strong>de</strong> outro do<br />

sentido <strong>da</strong> oração condicional. (Cunha & Cintra 1997: 462)<br />

As conclusões <strong>de</strong>sta gramática apontam, num primeiro momento, para uma<br />

questão meramente terminológica na utilização <strong>da</strong>s <strong>de</strong>signações <strong>de</strong> Modo COND ou FP,<br />

não sendo <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente aponta<strong>da</strong>s as questões semântico-temporais que levariam a<br />

consi<strong>de</strong>rá-lo um tempo e não um modo. Por outro lado, acresce o paralelismo com a<br />

forma do FS, sendo que a principal discrepância entre ambas se situa ao nível do ponto <strong>de</strong><br />

referência consi<strong>de</strong>rado. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, ambas as formas marcam posteriori<strong>da</strong><strong>de</strong> e remetem<br />

em termos mo<strong>da</strong>is para contextos <strong>de</strong> incerteza, com a diferença que FP tem como ponto<br />

<strong>de</strong> ancoragem um ponto <strong>de</strong> referência distinto <strong>de</strong> ME, e o FS perspectiva directamente um<br />

intervalo temporal a partir <strong>de</strong>ste. No que concerne às orações condiciona<strong>da</strong>s, as duas<br />

formas parecem apresentar um elevado grau <strong>de</strong> complementari<strong>da</strong><strong>de</strong>, sendo que o seu<br />

emprego <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong>s relações estabeleci<strong>da</strong>s pelo contexto e <strong>da</strong> intenção comunicativa do<br />

falante, ten<strong>de</strong>nte a uma “maior ou menor probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> na realização dos factos”<br />

(Loureiro 1997: 98).<br />

Bento <strong>de</strong> <strong>Oliveira</strong> na Grammática portuguesa consi<strong>de</strong>ra apenas a existência do<br />

modo condicional, subdividido em duas formas, nomea<strong>da</strong>mente: o condicional imperfeito<br />

e o condicional perfeito. Esta opção resi<strong>de</strong>, fun<strong>da</strong>mentalmente, no facto <strong>de</strong>, segundo o<br />

autor, o FP surgir em articulação com uma oração condicional e por ter sempre uma

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