11.12.2012 Views

Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> no discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

António Múrias, verbos <strong>de</strong> informação interioriza<strong>da</strong>, o que leva a <strong>de</strong>limitar a sua análise à<br />

“apresentação do dito” – “Darstellung <strong>de</strong>s Sagens”.<br />

16<br />

A revisão <strong>da</strong> bibliografia permitiu-nos constatar que uma <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> RW ocorre<br />

muito raramente, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> o termo linguístico surgir frequentemente.<br />

Christine Breslauer <strong>de</strong>fine este conceito <strong>da</strong> seguinte forma: “Demnach be<strong>de</strong>utet<br />

‘Re<strong>de</strong>wie<strong>de</strong>rgabe’ <strong>da</strong>s Wie<strong>de</strong>rgeben von tatsächlichen, zukünftigen o<strong>de</strong>r fiktiven<br />

Äuβerungen, Ge<strong>da</strong>nken o<strong>de</strong>r Wahrnehmungen eines ursprünglichen Sprechers” (Breslauer<br />

1996: 21).<br />

Cumpre agora, e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> termos <strong>de</strong>finido nas duas línguas um termo aglutinador que<br />

comporta as to<strong>da</strong>s as formas <strong>de</strong> citação, centrarmo-nos no objecto do nosso estudo,<br />

<strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente, no conceito <strong>de</strong> discurso indirecto (DI) - “indirekte Re<strong>de</strong>”, procurando<br />

<strong>de</strong>limitá-lo face à forma <strong>de</strong> citação discurso directo (DD) – “direkte Re<strong>de</strong>”, uma forma<br />

também central no texto jornalístico sendo que, como veremos, nem sempre será possível<br />

analisá-las <strong>de</strong> forma compartimenta<strong>da</strong>, uma vez que há uma série <strong>de</strong> formas híbri<strong>da</strong>s a ter<br />

em conta.<br />

De to<strong>da</strong>s as leituras efectua<strong>da</strong>s, parece-nos haver uma unici<strong>da</strong><strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rável quanto à<br />

<strong>de</strong>finição <strong>da</strong>s duas formas <strong>de</strong> transposição discursiva, sendo que é ponto comum a noção<br />

<strong>de</strong> que o DD é uma reconstrução <strong>de</strong> uma enunciação original, enquanto que o DI é uma<br />

paráfrase, uma narração <strong>de</strong>sse mesmo discurso, o que implica duas formas <strong>de</strong><br />

interpretação distintas: uma leitura que <strong>de</strong>nominamos <strong>de</strong> re, inerente à citação em estilo<br />

indirecto, e uma <strong>de</strong> dicto referente ao DD (Reyes 1993: 20). Decorre que estas duas<br />

leituras se pren<strong>de</strong>m essencialmente com as alterações que ocorrem ao nível <strong>da</strong> <strong>de</strong>íxis<br />

pessoal e espacio-temporal, ou seja, o DI reformula o conteúdo <strong>de</strong> uma situação<br />

enunciativa anterior, mesmo só pela reacomo<strong>da</strong>ção a uma nova situação discursiva que<br />

está a <strong>de</strong>correr. A transposição discursiva no discurso indirecto é marca<strong>da</strong> pela utilização<br />

<strong>de</strong> um verbo introdutor que antece<strong>de</strong> o conteúdo relatado, o que atribui ao LOC <strong>da</strong><br />

situação em curso uma responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> dupla <strong>de</strong> retransmissão e interpretação <strong>de</strong><br />

palavras alheias.<br />

Reyes acentua o carácter irrecuperável e irredimível do discurso original, tanto mais<br />

que esta forma <strong>de</strong> citação recorre, não raras vezes, a reformulações, con<strong>de</strong>nsações ou<br />

interpretações que, por vezes, dificilmente nos permitem conceber o discurso original<br />

(Reyes 1993: 41). A mesma autora consi<strong>de</strong>ra que o DI po<strong>de</strong> assumir uma forma <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!