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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> em discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

com outras formas discursivas, como as formas <strong>de</strong> transposição discursiva em estilo directo<br />

ou indirecto.<br />

Para além do critério consi<strong>de</strong>rado até ao momento, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente, o registo<br />

temporal, Weinrich (1993) equaciona a organização do sistema verbal alemão tendo em<br />

conta um outro princípio – a perspectiva temporal, à qual atribui uma relevância diminuta,<br />

pois consi<strong>de</strong>ra que PR e PRT marcam uma perspectiva temporal nula, neutra, sendo o<br />

registo temporal que justifica o emprego dos tempos dos dois grupos consi<strong>de</strong>rados.<br />

Efectivamente, são os restantes tempos verbais que introduzem alterações em termos <strong>de</strong><br />

perspectiva temporal, na marcação <strong>de</strong> anteriori<strong>da</strong><strong>de</strong> e posteriori<strong>da</strong><strong>de</strong>, cuja característica<br />

semântica é, respectivamente, “Rückschau” e “Vorausschau”. No que concerne à<br />

perspectiva <strong>de</strong> posteriori<strong>da</strong><strong>de</strong> forneci<strong>da</strong> pelo FUT, consi<strong>de</strong>ra Weinrich que este tempo<br />

verbal não possui um equivalente em contexto <strong>de</strong> “erzählen”, sendo que a construção<br />

“wür<strong>de</strong> + INF”, que o autor <strong>de</strong>signa <strong>de</strong> “wür<strong>de</strong>-Konjunktiv” assume essa função.<br />

Relativamente à análise do KONJ, Weinrich (1993) apresenta a oposição binária entre<br />

aquele e o modo INDK, tendo em conta a dicotomia “unfeste/feste Geltung” (Weinrich<br />

1993: 240). De acordo com a organização do KONJ, Weinrich <strong>de</strong>fine duas funções básicas<br />

<strong>de</strong>ste modo, nomea<strong>da</strong>mente: “Restriktiv”, que atribui ao KONJII e “Indirektiv”, típica <strong>de</strong><br />

KONJI. Relativamente ao KONJII, são <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s duas perspectivas temporais, uma neutral,<br />

que é assumi<strong>da</strong> pelo “Konjunktiv Imperfekt” e pela construção “wür<strong>de</strong>n+INF” (esta tem<br />

uma função prospectiva) e uma perspectiva anterior, assumi<strong>da</strong> pelo “Konjunktiv<br />

Plusquamperfekt” e pela forma analítica “wür<strong>de</strong>n+ Infinitiv Perfekt” (INFP). O emprego <strong>de</strong><br />

KONJII po<strong>de</strong> ocorrer, segundo o autor, em diversos contextos, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente: em<br />

enunciados, cujos predicados são verbos mo<strong>da</strong>is, na expressão <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejos (o KONJII surge<br />

a par com a conjunção “wenn” e partículas como “doch” ou “nur”, em orações em que é<br />

aparentemente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, uma vez que a oração principal, que não é concretiza<strong>da</strong><br />

explicitamente), em orações condicionais e comparativas, em construções completivas que<br />

incluem a conjunção “<strong>da</strong>ss”, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> um predicado na negativa, em contextos<br />

formais, na interpelação <strong>de</strong> outrem e no DI, em contextos em que ocorrem coincidências<br />

formais entre INDK e KONJ e no registo oral. Weinrich (1993) reconhece, no entanto, que<br />

o KONJI é o modo que, por excelência, marca a existência <strong>de</strong> transposição discursiva em<br />

estilo indirecto, sendo praticamente este o seu papel no paradigma verbal alemão.<br />

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