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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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Análise semântico-temporal dos tempos verbais do português no discurso indirecto<br />

estabelece com as outras duas categorias menciona<strong>da</strong>s, porque essa incidência ultrapassa<br />

claramente o âmbito e objectivos <strong>da</strong> nossa investigação. Nesse sentido, no capítulo<br />

referente ao Enquadramento Teórico (vd. supra: 37ss) avançamos algumas propostas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>finição e caracterização <strong>da</strong> categoria “aspecto” em contraponto e complementari<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

com o conceito <strong>de</strong> “Aktionsart” e a relação intrínseca com a expressão <strong>da</strong> categoria<br />

“tempo”, tanto mais que a tipologia dos predicados é um factor importante <strong>de</strong> informação<br />

aspectual. Retomamos primeiramente a distinção aspectual formaliza<strong>da</strong> em termos lexicais<br />

e gramaticais, que se consubstancia na diferença entre “Aktionsart” e aspecto, que não é<br />

unânime, na medi<strong>da</strong> em que é difícil <strong>de</strong>strinçar lexicalização e gramaticalização, <strong>da</strong>í que<br />

Maria <strong>Helena</strong> Ançã (1990) englobe as duas vertentes na mesma categoria. Acresce que a<br />

distinção aspectual perfectivo / imperfectivo, relativa a acontecimentos que estão<br />

concluídos ou não, e que é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a oposição aspectual base, não é igualmente<br />

unânime na medi<strong>da</strong> em que Peres (1993) consi<strong>de</strong>ra que perfectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> implica um estado<br />

resultante. Por outro lado, para além <strong>de</strong>sta distinção essencial, outros critérios parecem<br />

fazer parte <strong>de</strong> uma interpretação aspectual, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente frequência, duração, início,<br />

cessação, entre outros.<br />

<strong>Oliveira</strong> (1992) no trabalho “Alguns aspectos do aspecto” aponta para a vertente<br />

subjectiva que enforma a categoria “aspecto”, que inclui uma série <strong>de</strong> funções, pois<br />

consiste na “representação que o sujeito falante tem do processo expresso pelo verbo,<br />

sendo portanto relativo à enunciação e diferenciando-se do tempo porque este situa o<br />

processo relativamente ao enunciado” (<strong>Oliveira</strong> 1992: 289). Assim, interessa averiguar<br />

quais os meios linguísticos à disposição do falante que permitem perspectivar e comunicar<br />

um certo estado <strong>de</strong> coisas, ou seja ao nível <strong>da</strong> sua estrutura interna.<br />

Várias são as propostas <strong>de</strong> classificação aspectual propostas por inúmeros autores.<br />

Ançã (1990) e Mateus et alii. (2003) apresentam uma classificação aspectual que nos<br />

parece clara e que esquematizamos no capítulo introdutório e será basea<strong>da</strong> nessas duas<br />

interpretações que analisaremos o papel <strong>da</strong>s construções perifrásticas enquanto operadores<br />

aspectuais importantes no sistema linguístico português, em particular em contexto <strong>de</strong><br />

citação indirecta em texto jornalístico.<br />

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