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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> em discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

em conta a natureza do DI, o enunciador já proferiu, num momento anterior, o referido<br />

conteúdo discursivo. No entanto, o recurso ao PRInd permite uma vivaci<strong>da</strong><strong>de</strong> discursiva e<br />

uma noção <strong>de</strong> actuali<strong>da</strong><strong>de</strong>, que com o PPS seria automaticamente elimina<strong>da</strong>. Falamos,<br />

assim, do que nos parece ser uma aplicação do <strong>de</strong>nominado presente histórico em contexto<br />

<strong>de</strong> texto noticioso. A utilização <strong>de</strong>sta forma verbal potencia a interpretação <strong>de</strong> que há um<br />

enunciado que se inscreve num intervalo temporal anterior a ME, mas simultaneamente,<br />

indica uma quase sobreposição dos dois momentos <strong>de</strong> enunciação (em sentido lato). No<br />

exemplo 65a esta leitura torna-se ain<strong>da</strong> mais evi<strong>de</strong>nte, na medi<strong>da</strong> em que o PPS <strong>da</strong> oração<br />

subordina<strong>da</strong> marca <strong>de</strong> forma clara um enunciado que se situa no passado <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente<br />

circunscrito e a referência “em <strong>de</strong>clarações à VISÃO” <strong>de</strong>limita o acto enunciativo marcado<br />

pelo verbo assertivo “garantir”. No entanto, o PRInd em que se encontra este verbo<br />

transpõe o acto discursivo anterior para a esfera <strong>de</strong> actuali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ME. Tal como<br />

<strong>de</strong>monstra o exemplo 11, o PRInd ocorre, por vezes, com o adverbial <strong>de</strong> tempo “agora”,<br />

que reitera a informação temporal <strong>de</strong> um passado presentificado ou permite uma leitura <strong>de</strong><br />

actuali<strong>da</strong><strong>de</strong>, no sentido lato, admitindo um contraste com “um antes”. O advérbio <strong>de</strong><br />

localização temporal “agora” não po<strong>de</strong> ser tomado num sentido restrito, mas <strong>de</strong>ve apontar<br />

para uma leitura mais lata e abrangente, para um intervalo <strong>de</strong> tempo alargado que inclui<br />

ME. Relativamente ao exemplo 17, verificamos que o emprego do PRInd po<strong>de</strong> justificar-se<br />

pelo facto <strong>de</strong> os dois verbos introdutórios po<strong>de</strong>rem adquirir uma leitura permanente, na<br />

medi<strong>da</strong> em que as expressões “admite” e “há quem enten<strong>da</strong>” remetem para a expressão <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ias e convicções, que po<strong>de</strong>m não se limitar a um acto enunciativo em concreto, ain<strong>da</strong><br />

que, principalmente, a forma verbal “admite” permita essa leitura. Mais ain<strong>da</strong>, o predicado<br />

“há quem enten<strong>da</strong>” remete para uma cristalização do emprego <strong>de</strong> PRInd ao apresentar uma<br />

focalização que aponta para um enunciador colectivo não i<strong>de</strong>ntificado, que só po<strong>de</strong>ria,<br />

neste contexto, ser veiculado no PRInd. O exemplo 74 apresenta a conjugação <strong>de</strong> dois<br />

verbos introdutórios em tempos distintos, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente o PPS e o PRInd, sendo que<br />

outras combinações verbais po<strong>de</strong>riam ter sido feitas, nomea<strong>da</strong>mente a utilização do PRInd<br />

com o verbo “dizer” sem que houvesse alterações na interpretação do enunciado. Este facto<br />

aponta para a questão uma estilística e para a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>, em algumas ocorrências, o<br />

PPS e o PRInd serem empregues em alternativa, principalmente com verbos assertivos<br />

neutros, como “<strong>de</strong>clarar”, “referir” ou “dizer”. No entanto, o verbo “preten<strong>de</strong>r” tem a<br />

nosso ver uma leitura <strong>de</strong> permanência que não po<strong>de</strong>ria ser consegui<strong>da</strong> com outro tempo<br />

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