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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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A expressão <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> em discurso indirecto em português e alemão: uma análise<br />

contrastiva num corpus jornalístico<br />

62<br />

Neste sentido, po<strong>de</strong> dizer-se que se dá uma quantificação <strong>de</strong> eventos, que se traduz nestes<br />

casos numa iteração não limita<strong>da</strong>, que é uma <strong>da</strong>s características dos estados habituais<br />

(Mateus et alii. 2003: 144)<br />

O PRInd é, no entanto, raramente usado com eventos télicos <strong>de</strong> longa duração<br />

(processos culminados) ou <strong>de</strong> duração breve (culminações), necessitando <strong>de</strong><br />

complementarização <strong>de</strong> adverbiais <strong>de</strong> quantificação ou duração, para produzir uma leitura<br />

<strong>de</strong> iterativi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Em outros contextos, o PRInd permite referir um evento que ocorre num intervalo<br />

<strong>de</strong> tempo posterior ao ME em sentido estrito ou em sentido lato (o enquadramento temporal<br />

em que se insere), tendo como MR um adverbial <strong>de</strong> localização temporal. Em português, no<br />

entanto, é recorrente a utilização <strong>da</strong> forma perifrástica do PPGR. A utilização do PRInd<br />

para <strong>de</strong>signar um acontecimento futuro confere assertivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e alguma certeza a um facto<br />

ain<strong>da</strong> não ocorrido (Cunha & Cintra 1997: 449).<br />

Por último, o PRInd po<strong>de</strong> configurar o <strong>de</strong>nominado Presente Histórico que permite<br />

remeter para factos que <strong>de</strong>correm num intervalo anterior ao ME em termos latos ou<br />

restritos, sendo que Mateus et alii. consi<strong>de</strong>ram necessária a existência contextual <strong>de</strong><br />

referência a um tempo passado e uma sequência <strong>de</strong> situações, não po<strong>de</strong>ndo referir-se a<br />

factos isolados (Mateus et alii. 2003: 155). De facto, a configuração temporal do Presente<br />

Histórico permite a coincidência entre enunciador e ME, sendo que o enunciado se inscreve<br />

num intervalo temporal anterior a estes, o que permite remeter para actos discursivos<br />

prévios.<br />

Tendo em conta os vários empregos possíveis do PRInd po<strong>de</strong>mos concluir que é<br />

uma forma verbal com uma gran<strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> semântico-temporal, que po<strong>de</strong> combinar-se<br />

com várias uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s do sistema, transmitindo perspectivações muito distintas a partir <strong>de</strong><br />

ME. Veremos, segui<strong>da</strong>mente, o comportamento específico <strong>de</strong>sta forma verbal no universo<br />

do discurso indirecto, tendo por base a análise <strong>de</strong> exemplos representativos seleccionados.<br />

O PRInd ocorre na oração subordinante 119 vezes e regista 179 ocorrências na oração<br />

subordina<strong>da</strong>.

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