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Helena Margarida Guerra de Oliveira Rodeiro A expressão da ...

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Enquadramento Teórico<br />

1.5. Os conceitos <strong>de</strong> modo/mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>, aspecto/aspectuali<strong>da</strong><strong>de</strong> – algumas<br />

consi<strong>de</strong>rações<br />

Para além <strong>da</strong> categoria tempo, dois outros vectores <strong>de</strong> análise são relevantes na<br />

estruturação linguística dos sistemas linguísticos, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente o modo e o aspecto.<br />

Detenhamo-nos na primeira categoria referi<strong>da</strong>, que Cunha & Cintra (1997) <strong>de</strong>finem <strong>da</strong><br />

seguinte forma:<br />

Chamam-se modos as diferentes formas que toma o verbo para indicar a atitu<strong>de</strong> (<strong>de</strong> certeza,<br />

<strong>de</strong> dúvi<strong>da</strong>, <strong>de</strong> suposição, <strong>de</strong> mando, etc) <strong>da</strong> pessoa que fala em relação ao facto que enuncia.<br />

(Cunha & Cintra 1997: 378)<br />

Os mesmos autores prosseguem, estabelecendo a distinção entre os modos indicativo<br />

(IND) e conjuntivo (CONJ), remetendo para a factuali<strong>da</strong><strong>de</strong>, carácter real e verídico que<br />

subjazem ao primeiro e para a incerteza, dúvi<strong>da</strong> e eventuali<strong>da</strong><strong>de</strong> ou irreali<strong>da</strong><strong>de</strong>, que um<br />

verbo no conjuntivo, em português, transmite (Cunha & Cintra 1997: 463s). 12<br />

No que concerne ao paradigma verbal alemão, Zifonun et alii. consi<strong>de</strong>ram que o<br />

INDK é o <strong>de</strong>nominado “<strong>de</strong>fault-Modus” ou “Stan<strong>da</strong>rd-Modus”, ou seja, é o modo não<br />

marcado que, em conjugação com outros elementos linguísticos, se aplica a qualquer<br />

contexto, enquanto que o KONJ se aplica unicamente a “Mo<strong>da</strong>litätskontexte” e<br />

“Indirektheitskontexte” (neste contexto com um valor que não é mo<strong>da</strong>l mas antes <strong>de</strong><br />

marcação formal <strong>de</strong> uma tipologia discursiva), o que implica <strong>de</strong>ste já um traço distintivo<br />

central relativamente ao paradigma verbal português. Por outro lado, ocorre, em alemão, o<br />

<strong>de</strong>nominado sincretismo formal entre os dois modos, que condiciona a utilização <strong>de</strong> ambos<br />

nos contextos <strong>de</strong> transposição em estilo indirecto. A expressão <strong>da</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, no<br />

entanto, <strong>de</strong> vários elementos contextuais, para além <strong>da</strong> forma verbal utiliza<strong>da</strong>., tal como<br />

refere José Luís Azevedo do Campo, tendo em conta a língua alemã especificamente:<br />

Tatsächlich wer<strong>de</strong>n solche und ähnliche Differenzierungen <strong>de</strong>r Mo<strong>da</strong>lität mit Hilfe von<br />

Elementen <strong>de</strong>s engeren o<strong>de</strong>r weiteren Kontextes ausgedrückt. Dazu zählen Satzadverbien<br />

12 Bhat (1999) consi<strong>de</strong>ra a existência <strong>de</strong> três parâmetros para estabelecer distinções mo<strong>da</strong>is: “a speaker’s<br />

opinion or judgement regarding the actuality of an event, kind of evi<strong>de</strong>nce that is available for the speaker to<br />

form this judgement and kind of need or requirement which forces the speaker (or someone else) to get<br />

involved in an event (or to carry out an action) (Bhat 1999: 63).<br />

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